As economias de Brasil, Índia e África do Sul têm pontos em comum. Os três países fizeram recentemente reformas institucionais importantes para facilitar os investimentos, abriram seus mercados à concorrência externa e avançaram nas políticas de estabilização da economia. Entretanto, precisam fazer muito mais para ampliar sua participação no mercado global e atrair capitais.
Essa é a conclusão do documento "O Ambiente para Investimentos no Brasil, Índia na África do Sul", apresentado durante o 1º Encontro Empresarial Ibas dos três países. O evento que começou nesta terça-feira, dia 12/09 e se encerra amanhã, dia 13/09, reúne cerca de 200 empresários e representantes de governos na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
O estudo do Banco Mundial, que reúne dados dos relatórios Doing Business 2006 (Fechando Negócios 2006) e do Investment Climate Assessments ? ICA (Avaliação de Ambiente de Investimento), revela a impressão dos empresários sobre os obstáculos aos negócios e aos investimentos nos três países. "O estudo aponta as diferenças entre os países e oferece subsídios para empresários e governos aprenderem e se inspirarem nas experiências bem sucedidas de seus pares", afirmou o diretor do Banco Mundial para o Brasil, John Briscoe.
Conforme o estudo do Banco Mundial, a cidade de São Paulo está em 119º lugar no ranking de locais favoráveis aos negócios. O ranking classifica 155 centros mundiais de negócios de acordo as dificuldades para o funcionamento de uma empresa. Nessa lista, a cidade indiana de Mumbai está em 116º lugar, e Johanesburgo, na África do Sul, aparece na 28º colocação. Mesmo assim, fica longe de outros países emergentes como Lituânia, Tailândia, Malásia e Chile, onde o ambiente é mais favorável aos negócios.
Os resultados da pesquisa também mostram que os empresários brasileiros percebem diversos componentes como obstáculos maiores para os negócios do que seus colegas na Índia e na África do Sul.
Existem substanciais diferenças nos ambientes de investimento dos três países, principalmente em relação a obstáculos para empreendimentos.
De acordo com executivos e gerentes de empresas dos três países, as cinco principais dificuldades no Brasil são carga tributária (84%), instabilidade macroeconômica (83%), incerteza política (76%), custo do financiamento (75%) e taxas de administração (66%).
Na Índia, as dificuldades são corrupção (37%), falta de eletricidade ((29%), carga tributária (28%), taxas administrativas ((27%) e incerteza política (21%).
Na África do Sul, os principais problemas são falta de mão-de-obra qualificada (35%), instabilidade macroeconômica (34%), legislação trabalhista (33%), criminalidade (29%) e carga