O mundo está em meio a uma revolução tecnológica, onde TI e telecomunicação estão se fundindo para criar o que chamamos de Sociedade Conectada. Quando uma pessoa se conecta, sua vida muda; quando tudo está conectado, o mundo muda. Essa é a essência.
Os dados estão sendo hoje capturados como nunca antes. Eles revelam tudo – de padrões amplos e sistêmicos de mercados, comportamento, fluxos de trabalho, infraestruturas e sistemas naturais, segurança e condições de cada item em uma cadeia de suprimento global. E, assim, adiciona-se também a corrente crescente de informações de bilhões de indivíduos que utilizam a mídia social. Eles são clientes, concorrente, parceiros, cidadãos, estudantes e pacientes. Dizem-nos o que pensam, do que gostam e o que querem, e aquilo que estão testemunhando. Na medida da relevância do assunto em discussão na rede, o volume de dados referente a este tema pode atingir um montante inimaginável em questão de poucos minutos, ou seja, em tempo real.
O mundo real e digital estão convergindo, isto é fato, trazendo mais eficiência, muitas novas oportunidades e transformando as indústrias e seus ecossistemas. Esta nova realidade exige uma mudança profunda no gerenciamento e governança, e em direção à abordagens muito mais colaborativas.
Num futuro próximo, será difícil saber os limiares entre uma indústria e outra; a única certeza que tenho é que a mobilidade, a banda larga e a computação em nuvem mudarão para sempre os segmentos de mercado, como por exemplo, saúde, educação, transporte, segurança, entretenimento, entre outros.
No setor de Mídia, já é possível constatar uma migração gradativa das receitas para os meios online, que vêm se tornando cada vez mais de fácil e amplo acesso aos consumidores. A TV aberta ainda possui o maior market share em termos de receitas publicitárias, a verdade é que a mídia impressa (revistas e jornais) e o rádio, têm perdido um espaço considerável para o mercado publicitário online. Outra tendência ascendente neste segmento é o crescimento da TV digital, seja por cabo ou satélite, o que representa uma quebra definitiva com o passado e início de uma nova era em toda a indústria de produção e distribuição de conteúdo.
No Brasil, especificamente, há um aumento bastante significativo no acesso à Internet e a conteúdos online. E o país ainda demonstra um grande potencial de crescimento quando comparado a outras regiões. As classes C e D, por exemplo, já iniciaram a sua inclusão digital através de lan houses, acessos comunitários e programas do governo. Neste contexto, os consumidores querem facilidade de uso, conveniência e poder de escolha, e por isso demandam que seus fornecedores reflitam isso em suas ofertas.
As tecnologias de comunicação e distribuição de conteúdo criaram a mobilidade, que para os consumidores, se traduz em estar o tempo todo conectado e ter experiências personalizadas. A portabilidade do conteúdo digital torna-se tangível à medida que acessamos o que queremos e quando queremos, a partir de qualquer localidade.
Podemos considerar as transformações tecnológicas das duas últimas décadas como, no mínimo, radicais para o mercado global de Mídia e Entretenimento. Internet, digitalização, virtualização, mobilidade, convergência, "Web 2.0" e TV conectada, são apenas alguns dos nomes que têm alterado significativamente os nossos hábitos, os nossos negócios e a maneira como comunicamos, produzimos e, principalmente, consumimos conteúdo.
Solange Carvalho é diretora da área de Telecommunications e Media da IBM Brasil.