Plataforma chilena de mobilidade estreia operação no Brasil

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A Awto anuncia neste mês sua chegada ao Brasil com 200 veículos e previsão de chegar a 350 no início de 2023. Principal mercado da América Latina, a plataforma de mobilidade, fundada no Chile em 2016, escolheu São Paulo para iniciar suas atividades no país com investimento inicial de cerca de R$ 30 milhões. E a razão é simples: a capital paulista reúne as características socioeconômicas e culturais necessárias para o início da operação. "É o centro financeiro do País e boa parte da população já está acostumada com o modelo de pagar para usar algum meio de transporte para fazer trajetos curtos usando tecnologia, como ocorreu no passado com patinetes e bicicletas", afirma Leonardo Bieberbach, CEO da Awto no Brasil. Inicialmente, a zona oeste de São Paulo será o foco da iniciativa.

Contudo, um dos grandes diferenciais da Awto reside no fato de a plataforma oferecer ao mercado a possibilidade de utilizar veículos no modelo híbrido: áreas de livre estacionamento ou estações. Ou seja, o usuário destrava o veículo em um ponto e devolve em outro, ou mesmo pode mudar de carro e/ou scooter de acordo com as necessidades específicas ao longo de uma mesma jornada.

"Pretendemos atingir um público que se locomove diariamente e que até possui um carro na garagem, mas que nem por isso deixa de utilizar transportes públicos e apps de mobilidade para servir de apoio à sua mobilidade do dia a dia, seja para uso particular ou de seu pequeno negócio", diz Bieberbach. "No fim do mês, a conta fecha e o usuário percebe que ele não precisa de um veículo próprio para se locomover com total liberdade pela cidade", acrescenta ele.

Muito embora outros já tenham tentado enveredar por esse mercado no Brasil e no mundo, a solução híbrida usada pela Awto é o grande diferencial. Tanto que despertou a atenção de grandes investidores. Além do Kaufmann Group, maior distribuidor Daimler na América Latina, a plataforma recebeu investimentos da Indumotora, um dos principais distribuidores da Kia na América Latina, Zurich Group, companhia suíça de seguros, e Chile Ventures, fundo de venture capital com foco na América Latina. Desde sua fundação, a Awto já investiu mais de R? 60 milhões na região e no Chile apresenta uma operação lucrativa que já atingiu o breakeven. Atualmente com cerca de 800 veículos operando no país, a Awto Chile possui mais de 200 mil usuários assíduos da tecnologia e cerca de 400 estações espalhadas por centros como Santiago e Viña del Mar, por exemplo.

Os planos da Awto vão além do compartilhamento de veículos. A plataforma de mobilidade urbana planeja, em um futuro próximo, se tornar um hub com um mix amplo de veículos, serviços e soluções para melhorar o deslocamento da população que vive em cidades. "Temos a tecnologia e o expertise para nos tornarmos uma plataforma que capacita todos os atores da indústria automobilística no País a transformarem digitalmente parte de suas operações", afirma Bieberbach.

Apesar de os planos estarem bem delimitados, todos na startup sabem que não se trata apenas de tecnologia, mas sim da experiência exitosa do usuário. Portanto, há uma genuína preocupação em manter a máxima qualidade do serviço, que inevitavelmente culmina na excelente relação custo-benefício. E isso se traduz não só na frota própria, mas na estratégia inicial de operação.

Em São Paulo (SP), a Awto vai começar a operar somente por meio de cadastro dos primeiros usuários, que vão receber convites. Mas a partir de dezembro o serviço de aluguel dos carros, distribuídos por diversos pontos da cidade, estará disponível para qualquer pessoa que baixar o aplicativo e tiver um cartão de crédito. "Nós vamos operar sob diferentes formatos, sob demanda, ou seja, minutos livres e pacotes pré-pagos de créditos com descontos progressivos para os usuários que confiam na Awto como um meio de transporte recorrente", explica Bieberbach.

Em paralelo, tudo isso está ancorado no modelo híbrido, que permitirá que os usuários peguem um veículo no ponto A e o entreguem no ponto B. "Não ter que devolvê-lo num mesmo lugar significa, por exemplo, poder ir ao trabalho de scooter para economizar tempo e voltar em um carro, ou vice-versa", detalha. "Este modelo faz com que cada real gasto com um de nossos veículos vá muito mais longe, já que os usuários não precisam ficar com os veículos enquanto estão parados."

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