A secretária do Interior do Governo Britânico, Theresa May, apresenta nesta quarta-feira, 13, no Parlamento, os detalhes do seu projeto de lei que visa dar ao governo poderes de investigação contra empresas de Internet.
A apresentação de May acontece debaixo de uma forte reação de grandes empresas de Internet dos EUA, incluindo Facebook, Google e Twitter, que alegam que as demandas britânicas unilaterais para acessar dados confidenciais de seus clientes enfraquecerem a comunicação criptografada.
Ela também sofre as consequências de solicitações de informação feitas com base no Freedom of Information Act. Os parlamentares pedem para ver data, hora e destinatário de cada e-mail que a secretária do Interior enviou, cada chamada de Skype realizada, cada site que visitou durante outubro e novembro do ano passado, para evidenciar a questão da privacidade.
O líder liberal-democrata, Tim Farron, disse que a rejeição mostra que enquanto o governo quer obter poderes através do projeto de lei para dar acesso aos serviços policiais e de segurança, acessando os weblogs de todos, ele não está preparado para liberar registros da secretária May.
"Theresa May quer acesso a nossas histórias inteiras de navegação na web, o que ela chama de 'registros de conexão de Internet', mas quando o público pede para ver o dela, o Ministério do Interior decide que o pedido é vexatório. Eu diria que sua política não é apenas vexatória, mas Orwelliano", disse Farron.
Os membros da comissão dizem que vão questionar May sobre todos os aspectos do projeto de lei, tais como o custo de comunicações e armazenamento de dados por 12 meses para serem acessados pelos serviços policiais e de segurança. A definição atual de provedores de telecomunicações do projeto de lei inclui potencialmente "Internet cafés" e prestadores de serviços de conexão Wi-Fi de hotéis.
O projeto de lei enfraquece a proteção dada às fontes jornalísticas, tendo em vista a legislação existente frente à criminalidade e ao terrorismo.