A economia de cerca de R$ 50 milhões que o Banco do Brasil teve desde 2000, quando iniciou a implantação de softwares livres em seus sistemas, não foi um fator determinante para a escolha dessa tecnologia. Segundo o gerente do Núcleo de Software Livre do BB, Vilson Carlos Pastro, "trata-se da melhor solução do mercado para as necessidades do banco".
Pastro explica que a economia é mais um dos resultados da implantação dos programas de código aberto, mas não é o principal. Pode parecer estranho que evitar o gasto de R$ 50 milhões não seja uma boa razão para a mudança, mas o gerente explica: "Para um banco, é importante, vital, ter segurança. Imagine se o sistema do Banco do Brasil fica fora do ar por um dia, qual o tamanho do prejuízo. E qual seria a desconfiança dos investidores". Ele diz que, além disso, "o orçamento anual para tecnologia de informação do BB é de R$ 1 bilhão. Se precisássemos, gastaríamos muito para ter tranqüilidade". "O uso do software livre não é ideológico para nós."
Outro banco que optou pelo software livre desde 2003, quando iniciou a migração ? e que economizou R$ 60 milhões por isso ? foi a Caixa Econômica Federal. A vice-presidente de tecnologia da CEF, Clarice Copete, diz que "se não tivesse um custo-benefício alto, ninguém escolhia o software livre". De 65 mil terminais internos de atendimento, o banco migrou 45 mil deles para programas de código aberto.
Como a Caixa foi pioneira no desenvolvimento de um sistema que une apostas lotéricas e serviços bancários, o programa se tornou alvo de interesse internacional, especialmente por conta da segurança contra fraudes. "Chile, Panamá, República Dominicana, Israel e Índia já vieram nos visitar para conhecer o sistema", afirma Clarice.
Uma questão que por algum tempo atrasou a opção de transferir para os programas livres os sistemas dos dois bancos foi a facilidade de se conseguir suporte técnico. Pastro, do BB, lembra que "em 2001 tínhamos essa sombra?. ?Mas agora já existe muito suporte especializado ? e jamais faríamos a mudança sem segurança de que teríamos esse suporte", completa.
Na Caixa, Clarice conta que, atualmente, o preço por hora que pagam pelo suporte técnico em sistemas antigos é até maior, em alguns casos, do que para os novos sistemas em software livre.
Os dois bancos montaram estandes no 8º Fórum Internacional Software Livre (FISL) para mostrar suas experiências. O FISL termina neste sábado (14/4), em Porto Alegre.
Com informações da Agência Brasil.