Monitoramento de dados tem ajudado no combate à Covid-19 em SC, dizem especialistas

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Parlamentares da comissão externa que acompanha ações de combate ao coronavírus ouviram, nesta quarta-feira, 13, experiências que vêm sendo adotadas em Santa Catarina de uso de inteligência artificial no combate à pandemia de Covid-19. O assunto foi discutido em teleconferência com especialistas do estado.

Relatora da comissão externa, a deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) acredita que a agregação das inteligências existentes no País pode permitir remanejamentos de equipamentos. "Sabemos da importância de um respirador, que pode estar parado em algumas instituições e faltando em outras", exemplificou.

Leitos disponíveis

Na reunião, o presidente da Associação Catarinense de Medicina, Ademar José de Oliveira Paes Jr., explicou que um sistema de dados implantado em Santa Catarina consegue informar o governo sobre leitos de UTI e respiradores disponíveis, a disponibilidade médicos e a localização da população, o que facilita o desenho de estratégias para o envio de mensagens a pessoas que estão sob risco.

"O que a gente fez em Santa Catarina é o que foi feito em Singapura, em Israel", comparou Paes Jr. "Pelo fato de a gente ter começado mais cedo, acredito que a gente esteja colhendo esses benefícios."

Segundo o especialista em inteligência artificial Jaime Leonel de Paula Jr., esse monitoramento deve ser em tempo real, evitando a defasagem de dados que só ficam prontos em 30 dias, por exemplo. Na avaliação dele, não se consegue combater a epidemia sem usar alta tecnologia.

"Hoje, se uma pessoa é identificada como positivo para coronavírus [em Santa Catarina], o sistema pega o endereço dela e automaticamente, em um raio de 200 metros, detecta quem mora naquela região. Qualifica os vizinhos pela faixa etária e manda uma mensagem qualificada: 'olha, você está em uma região onde teve coronavírus positivo na vizinhança, tome os cuidados determinados. Se você estiver com sintomas, o posto de saúde mais próximo é neste local'. Se a pessoa tem mais de 80 anos, ele convida essa pessoa para se integrar a sistema de monitoramento contra a Covid", detalhou Paula Jr.

A empresa onde a pessoa infectada trabalha também é informada da existência de um caso positivo, a fim de que tome as providências cabíveis. Só a partir da adoção de protocolos de inteligência, disse Paula Jr., é possível reabrir a economia com segurança. "Uma loja de vestuário tem um protocolo, uma de alimentos tem outro protocolo", ressaltou.

Conexão

Diretor-executivo da HSP Inteligência Hospitalar, Geovani Machado colocou a expertise da empresa à disposição do Ministério da Saúde. Atualmente, a empresa, também de Santa Catarina, presta serviço para hospitais privados, mas acredita que uma conexão de hospitais públicos e particulares de todo o Brasil pode ser feita rapidamente.

"Mesmo nos hospitais de gestão municipal, é possível ver a evolução dos pacientes. Só que você tem que ter permissão para isso. Se houver permissão, é possível fazer o monitoramento", explicou.

Conforme Machado, é possível restringir os dados que serão acessados, com garantia de segurança das informações dos hospitais.

O coordenador da comissão externa, deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ), reclamou que o painel atual do Ministério da Saúde não funciona porque é feito de uma maneira em que cada hospital público deve abastecê-lo. As informações, disse, deveriam ser recolhidas das secretarias estaduais de saúde, de forma que uma inteligência humana possa tomar decisões.

"O Brasil precisa de um painel de leitos públicos e privados de forma urgente. Não dá para ter o controle da epidemia sem saber quem está internado e quem não está", criticou Teixeira Jr. Com informações da Agência Câmara.

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