A diretora de Prevenção da Corrupção da Controladoria-Geral da União (CGU), Vânia Vieira, defendeu uma série de ações preventivas para combater a corrupção e a lavagem de dinheiro no país. Ela participou de audiência sobre o uso de novas tecnologias no combate à corrupção, promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados. "Não bastar reprimir, tem que prevenir", disse.
Ela anunciou a criação de um cadastro nacional de empresas inidôneas (para evitar que participem de licitações) e de um cadastro nacional de fornecedores. Vânia lembrou também o Portal da Transparência, da CGU, e o pregão eletrônico, que já existem, como formas de combater a corrupção e o desvio de recursos. De acordo com a diretora, 57% dos contratos do governo federal hoje são feitos por meio dessa modalidade de compra, o que reduz os preços e a possibilidade de fraude. E acrescentou que o Portal da Transparência já tem 15 milhões de registros sobre uso de dinheiro público, que, segundo ela, funciona em linguagem simples e acessível.
O vice-presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet (Assespro), Ruben Delgado, defendeu a criação de um registro nacional de preços. Segundo ele, isso seria útil para detectar qualquer forma de corrupção nas contas do governo. "Se houvesse um registro de preços, qualquer estagiário de informática poderia detectar desvios de recursos, por exemplo, na compra de clipes por um município a um preço cinco vezes maior do que o do mercado."
Ele sugeriu o uso de um número único de identificação para pessoas físicas e jurídicas, para facilitar o controle. Segundo Delgado, esse modelo funciona no Chile e facilita a investigação de fraudes e impede pessoas e empresas de se esconderem atrás de falsas identidades.
Com informações da Agência Câmara.