Implantação de telecentros precisa ser organizada, diz coordenador

0

O baixo índice de inclusão digital no Brasil não decorre da falta de programas de democratização do acesso à informática e à internet. Para o assessor especial da Presidência da República, Cézar Alvarez, que coordena as ações do governo na área de inclusão digital, o que falta é ?diálogo? entre as iniciativas dos ministérios, dos estados e municípios.

?O que falta é diálogo entre essas iniciativas para que elas produzam mais aproveitamento. Por exemplo, tem regiões com mais mobilização e mais peso que acabam tendo dois ou mais centros, e em uma outra região que não tem essa mobilização, a quantidade é zero. A distribuição dos telecentros precisar ser organizada?.

Uma pesquisa da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), feita com o Ministério da Educação (MEC) e Instituto Sangari, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2005, mostra que 21,1% da população brasileira com idade a partir de dez anos teve acesso à rede nos três meses anteriores à Pnad, em qualquer local.

No caso de locais de acesso público, como os telecentros, somente 2,1% da população nessa faixa etária manifestou ter freqüentado um centro gratuito frente 10,5% que usou a rede em casa, 8,3%, no trabalho, 5,4% na escola e 4,6% em centros pagos.

Alvarez admitiu que ainda é baixo o índice da população com acesso à internet, principalmente no caso da população de baixa renda, mas diz haver uma expansão do acesso. ?Os dados da pesquisa são de 2005. Ainda não havia o boom das vendas do programa Computador para Todos.?

Segundo a assessoria de imprensa da Presidência da República, houve um aumento de 46% na venda de computadores em 2006 na comparação com 2005. Ao todo, foram comercializadas 8,2 milhões de unidades, das quais 84% estavam dentro do limite de preço (R$ 2,4 mil) estabelecido pela chamada MP do Bem, a medida provisória que isentou os PCs de mesa de até R$ 2,4 mil e computadores portáteis de até R$ 3 mil do pagamento de PIS e Cofins. ?Na desigualdade de renda do país, mesmo com o equipamento mais barato, há setores da classe C,D e E ? que são 70% dos brasileiros ? que nunca vão ter renda para comprar um computador, mesmo barato?, afirmou Alvarez.

Nesses casos, ele disse que a estratégia do governo é investir nos laboratórios nas escolas, em telecentros, em centros de acesso à internet e na capacitação de professores e participantes dos projetos de inclusão digital.

O Brasil ainda não tem um levantamento de todos os pontos públicos de acesso à internet. Esse mapeamento deve ser concluído até o fim do ano, por duas instituições: o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e o Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais Tecnológicos (Ipso), uma Organização Não-governamental.

Com informações da Agência Brasil.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.