Os melhores setores para inovar no pós-pandemia

0

O avanço da vacinação está trazendo perspectivas muito positivas para a retomada do comércio internacional. Após enormes impactos econômicos sentidos por todos os países durante a pandemia, alguns setores já começam a recuperar o fôlego. A volta à normalidade pode ainda estar distante, mas devemos estar atentos às oportunidades de inovar em diversos segmentos.

Muitos economistas já abordam a relação de causa e consequência entre a vacinação e a melhora do desempenho econômico. Inclusive, com tradução implícita na Bolsa de Valores, que obteve uma valorização de 8% entre maio e junho. Após mais de 1,3 milhão de brasileiros terem desistido de procurar emprego durante a crise, segundo o IBGE, o empreendedorismo se tornou a salvação e o novo foco de muitos.

Dentre os setores mais prósperos nesse momento, o agro é definitivamente um dos que mais se destaca. Responsável por mais de um quarto do PIB nacional, o setor cresceu 24,3% em 2020, uma expansão recorde segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Mesmo diante de tantas dificuldades, o agronegócio continuou produzindo, colhendo e principalmente inovando. A transformação digital chegou com força e o uso de mais sofisticadas tecnologias, como os drones para mapeamento de lavouras, estão se tornando cada vez mais comuns. Todas as áreas ligadas ao agro e à alimentação saudável – também intensificada durante o isolamento social – são excelentes pedidas para inovar agora e nos próximos anos.

Os setores automotivo e aeroespacial também devem ficar no radar, principalmente devido ao forte investimento no grafeno. O material promete revolucionar o setor de aço, com propriedade ultraleve e mais resistente. Fique de olho nesses avanços, pois podem abrir boas oportunidades, além do turismo espacial, que parece já ter caído no gosto dos bilionários.

Ainda seguindo o rumo da inovação, as energias sustentáveis também vêm ganhando espaço e destaque dentre os investimentos mundiais – graças ao aumento da preocupação em práticas ambientais, sociais e de governança (ESG). Nos últimos dez anos, um relatório divulgado pelo Centro de Finanças Climáticas da Imperial College Business School, mostrou que a energia renovável gerou retornos totais significativamente maiores. Foram 422,7% contra 59% para os combustíveis fósseis.

Somente no Brasil, cerca de 83% da nossa eletricidade é gerada por essa fonte. Contudo, em menos de 20 anos, a energia eólica aumentou sua participação na matriz energética de algo praticamente insignificante (0,05%), para 10%, com picos de até 15%, dependendo da estação do ano. Portanto, mantenha seu radar alerta para este setor, pois a tendência é que cresça ainda mais em diversos países. Afinal, o mundo parece ter percebido que a sobrevivência da espécie humana depende da preservação do meio ambiente.

Os investimentos em educação também podem ser positivos, mas é preciso tomar cuidado. Desde o início da pandemia, muitos modelos foram desenvolvidos e criados para se adaptar ao novo cenário, mas sem muito sucesso. Sistemas de ensino híbridos e cursos intensivos foram alguns dos mais utilizados, mas sem o retorno desejado. Sabemos que o setor irá se transformar, mas a incógnita ainda prevalece.

Estamos vivendo um momento difícil para a economia mundial, mas o grande diferencial dos inovadores é justamente ver oportunidades onde todos só enxergam dificuldades. Aqueles que souberem transformar riscos em lucros, certamente serão os beneficiados no médio e longo prazo.

Alexandre Pierro, engenheiro mecânico, físico nuclear e fundador da PALAS, consultoria pioneira na implementação da ISO 56002 de gestão da inovação.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.