Com dificuldades para exportar produtos e tendo como concorrentes grandes multinacionais como Philips, LG e Sony, a Gradiente passará por uma profunda reestruturação e fará mudanças na gestão para tentar superar uma de suas mais sérias crises financeiras. Eugênio Staub, principal acionista e presidente executivo, deixa o comando da companhia, após 37 anos, no fim do mês e permanece apenas na presidência do conselho de administração. Em seu lugar assume o executivo Nelson Bastos, sócio da Íntegra Associados, consultoria especializada em recuperação de empresas em dificuldades. Bastos é um dos fundadores da própria Gradiente.
Entre as medidas que o executivo pretende tomar é migrar as ações da empresa negociadas na Bovespa para o Novo Mercado, destinado a companhias que atendam a requisitos mínimos e aceitem regras de governança corporativa diferenciadas. A expectativa é que até 2012 a transição da empresa para o modelo de corporação esteja concluída, com regras de sucessão definidas e governança nos níveis requeridos pelo Novo Mercado.
Na realidade, a reestruturação da empresa já está em curso há um ano. Nesse período, a empresa vendeu ativos como a marca Philco, por R$ 22 milhões (fora adquirida do grupo Itaúsa por R$ 60 milhões dois anos antes), e uma das duas fábricas ociosas em Manaus para a Moto Honda da Amazônia, processo que está em fase de finalização.
Entre os planos da Gradiente estão a fabricação de equipamentos para TV digital, o lançamento de novas tecnologias em áudio, displays, aparelhos portáteis, de comunicação móvel e convergência digital.