Mesmo diante da desaceleração da economia provocada pela crise financeira internacional, as operações da subsidiária brasileira da APC, fabricante de sistemas de energia e refrigeração para ambientes de TI ligada ao grupo Schneider Electric, obtiveram resultado expressivo no ano passado, o que contribuiu para que a América Latina se tornasse a região de maior crescimento mundial da companhia. O mercado latino-americano, junto com Índia, China e outros países emergentes, responde hoje por cerca de 34% da receita total do conglomerado, segundo o vice-presidente da APC para a região, Fernando García, que não revela cifras.
Nesse contexto, o executivo diz que o Brasil é uma das prioridades do grupo multinacional francês, que faturou 15,8 bilhões de euros no ano passado. Ele observa que o país não apenas está crescendo rapidamente como tem se desenvolvido muito na área de tecnologia e modernizado a infraestrutura. No caso específico da APC, García ressalta que a entrada da empresa no mercado de produtos para o usuário final, por meio da compra da fabricante cearense de no-breaks e estabilizadores Microsol, ajudou a impulsionar as vendas e, por conseguinte, aumentar a participação da América Latina na receita total do grupo.
A estratégia da companhia para o Brasil agora, frisa ele, é aproveitar o crescimento do mercado consumidor local, principalmente do aumento da oferta de crédito, para fortalecer as vendas. García conta que o segmento de no-breaks e estabilizadores para residências foi pouco afetado pela crise mundial, e, por ter um ciclo de vendas mais curto do que o mercado corporativo, apresentou rápida recuperação e é hoje a principal fonte de receita da empresa no Brasil.
Já a divisão de grandes negócios, que fornece serviços e sistemas de energia e refrigeração para data centers, demorou mais a ser afetada pela retração econômica. "Por conta disso, começou a apresentar os primeiros sinais de recuperação apenas no segundo semestre do ano passado", diz García, ao adiantar que estratégia adotada para tentar recuperar a receita do segmento vem sendo a atuação mais agressiva nos setores financeiro e de telecomunicações, os mais representativos para a APC, no Brasil e na América Latina. Outro impulsionador das vendas, aposta ele, devem ser os projetos na área de sustentabilidade na região nos anos, envolvendo principalmente grandes data centers.
Sem revelar quanto o Brasil representa do faturamento mundial da APC ou do grupo Schneider, o executivo conta que a meta para este ano é crescer entre 20% e 30% no país, tanto por meio da aquisição de outras empresas quanto de forma orgânica.
García diz que a América Latina hoje responde por cerca de 5% do faturamento total da companhia, mas diz que a projeção para os próximos dois anos é aumentar essa participação. O executivo adianta, ainda, que a partir deste ano, o grupo de soluções e serviços de energia pretende iniciar um processo de eliminação de nomes das companhias adquiridas nos últimos anos, mantendo apenas as mais importantes, como APC, Square D, entre outras.
*O jornalista viajou a St. Louis a convite da empresa.
- Estratégia