Por Alexandre de Botton*
Já dizia o ditado ?tempo é dinheiro?. Hoje, mais do que nunca, esses dizeres fazem parte da filosofia de empresas de todos os portes e segmentos. Definitivamente o ritmo de trabalho aumentou, e muito. As corporações estão mais competitivas, agressivas, com equipes cada vez mais enxutas e lutando para atingir metas e resultados palpáveis. Com isso, houve toda uma revolução do mercado de trabalho e o tempo de cada profissional passou a ser precioso.
Toda essa competitividade não deixou de ser menos cruel com os profissionais de Recursos Humanos. Sobrecarregados com atividades meramente técnicas da profissão, como o processamento da folha de pagamento, em muitos casos o gestor de RH se vê encurralado pela necessidade de desenvolver tais atividades e não encontra tempo para dar foco a ações estratégicas, que envolvam a inteligência e a qualificação do profissional. E é neste cenário que o outsourcing de processos de recursos humanos vem ganhando espaço em todo o mundo.
No Brasil, o mercado fornecedor de soluções voltadas para RH está correndo para criar ofertas diferenciadas para a gestão de RH. Atualmente, as principais modalidades de serviço encontradas no mercado são o BPO (Business Process Outsourcing), no qual a prestadora coloca funcionários para fazer o serviço dentro do cliente; BSP (Business Service Provider), em que a empresa faz o imput dos dados em um sistema e a prestadora faz todo o processamento; e ASP (Aplication Service Provider), modelo em que o cliente usa o sistema e a estrutura de banco de dados de um fornecedor, com autonomia para realizar todo o processo.
Todas essas opções encontradas aqui no País mostram o amadurecimento do mercado brasileiro, que tem oferecido soluções robustas e vantajosas para este segmento. Vencendo antigas barreiras, a oferta de gestão terceirizada de RH tem sido vista como uma aliada que tira mais um peso administrativo das mãos do cliente.
Mais do que um simples crescimento, a implementação do outsourcing de processos de RH é uma tendência. Para se ter uma idéia, nos Estados Unidos, que são os pioneiros nesse tipo de terceirização, cerca de 35% e 40% das empresas já adotaram a terceirização e descobriram os benefícios reais que esse tipo de serviço pode trazer. E pelo que tudo indica, as empresas brasileiras devem manter o ritmo crescente na adesão tanto de soluções como de serviços de RH.
Entre os serviços mais requisitados está o processo da folha de pagamento – uma das atividades mais complicadas e trabalhosas das equipes de RH. Convivemos com uma legislação trabalhista retrógrada, e repleta de detalhes que dificultam a contabilidade dos salários, benefícios e impostos relacionados a cada funcionário. Com o auxílio da tecnologia, o outsourcing assume a atividade e proporciona economias bruscas no tempo de processamento. As conciliações contábeis são também atividades complexas, que são assumidas com maior precisão e rapidez pelas empresas que terceirizam o serviço.
Para as grandes corporações, que possuem capital em bolsa, as regulamentações proporcionadas pela legislação Sarbanes-Oxley, podem ser uma preocupação a mais para os gestores de Recursos Humanos. A empresa tem de ter seus processos regulamentados e reportados de acordo com uma metodologia, e isso envolve a elaboração da folha de pagamento. Terceirizar os processos pode ser o fim da ?dor de cabeça?, mas é necessário que se busque um fornecedor que conheça a legislação e os procedimentos profundamente, e nesse sentido o mercado ainda está evoluindo.
Quem ganha com esse tipo de serviço dentro de uma empresa? A resposta é todos, a começar obviamente pelo gestor de Recursos Humanos, que consegue explorar seu tempo com ações mais estratégicas, passando pelo setor administrativo, que percebe a economia final proporcionada pelo projeto e terminando em cada um dos funcionários, que podem contar com um RH mais ativo e disponível, com tempo para elaborar novas idéias.
*Alexandre de Botton é sócio-diretor da ProPay, provedora de soluções terceirizadas para RH