O time global de analistas e pesquisadores (GreAT Team) da Kaspersky Lab baseado na América Latina identificou trojans (cavalo de tróias) de origem brasileira programados para monitorar o acesso a mais de 60 páginas dos maiores bancos latino-americanos.
Cibercriminosos brasileiros são conhecidos mundialmente pela grande produção de trojans bancários e, recentemente, tinham começado a mirar seus ataques para a Europa em países como Portugal e Espanha. Mas agora os trojans bancários brasileiros já estão atacando os bancos no México, Venezuela, Colômbia, Equador, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai, Chile e Argentina.
Segundo os especialistas da Kaspersky Lab, esse movimento reflete o bom momento da economia da América Latina. Outro fator motivador é o crescimento dos usuários latino-americanos de internet banking, que já superam mais de 100 milhões, segundo dados da ComScore. Essa taxa representa que cerca de 25% de todos internautas na América Latina que usam o internet banking.
Os trojans são tipicamente brasileiros, programados para roubar informações de acesso as contas bancárias de usuários brasileiros, porém incluem uma extensa lista de endereços de bancos latino-americanos. O objetivo dos criminosos é monitorar o acesso aos sites e verificar a frequência de visita, para assim roubar o usuário infectado. Uma versão da praga traz a expressão "textando as coisas de hj", numa clara indicação de que alguns recursos do trojan não estão totalmente funcionais.
Para os especialistas da Kaspersky, o cibercriminosos brasileiros não têm limites na hora de roubar e, para combater o crime organizado online desta magnitude, é necessário uma cooperação estreita entre os países da região. O fato de não existir tal colaboração, permitirá que por um bom tempo os cibercriminosos que estão por trás desses ataques terão dinheiro fácil e impunidade.