Fusões e aquisições acima de R$ 50 milhões têm aumento de 50%

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A urgência pela otimização de processos e a transformação digital em função da pandemia somadas a uma maior capitalização e ao aumento de liquidez gerado pela queda de juros são fatores que juntos criaram o cenário perfeito para a quebra de recordes no mercado de M&As. Ao longo de todo o ano de 2021, o mercado brasileiro acumulou 280 transações de fusões e aquisições, que juntas somaram ao menos R$ 300 bilhões. Os dados são do M&A Brazil Report (em anexo), relatório inédito elaborado pela RGS Partners, boutique de M&A especializada em Middle Market. Para a elaboração do relatório, foram consideradas transações cujos valores divulgados superaram R$ 50 milhões.

Os números apontam para um significativo avanço na comparação com o acumulado em 2020, ano que contou com 186 transações com esse perfil e um total de R$ 219 bilhões – registrando um crescimento de 50% e 38%, respectivamente, em 2021. Chama atenção ainda a performance registrada no segundo semestre de 2021 quando comparada com o mesmo período anterior: 116 transações ante 53 (aumento de 119%) e R$ 180 bilhões ante R$ 22 bilhões (crescimento de 718%).

"O mercado de fusões e aquisições vive hoje seu melhor momento e os números compilados apontam justamente nessa direção. Tivemos um cenário macroeconômico que não apenas permitiu, mas estimulou que corporações fechassem negócios para acelerar seu crescimento, simplificar processo e ampliar suas capacidades", afirma Guilherme Stuart, sócio-fundador da RGS Partners. "Mesmo com a tendência de alta da taxa básica de juros, a velocidade que se espera das corporações para adaptarem seus modelos de negócio em um ambiente extremamente competitivo deve manter o cenário de M&A aquecido em 2022.", completa.

Além de uma análise sobre as movimentações realizadas em 2021, o estudo traz um panorama das transações acumuladas desde o início da década, o que confirma o melhor desempenho do mercado de M&A desde então. Entre 2011 e 2021, o mercado de M&A movimentou mais de R$ 1,7 trilhão, distribuídos em mais de 1.700 transações.

Setores mais aquecidos

Em 2021, os setores de Tecnologia, Saúde e Serviços de Utilidade Pública tiveram os maiores destaques, acumulando 83, 48 e 29 transações cada, respetivamente. No que diz respeito ao volume financeiro transacionado, os três seguem na liderança, mas em ordem distinta. A vertical de Saúde movimentou R$ 77 bilhões, a de Utilidade Pública R$ 51 bilhões e, por fim, Tecnologia com R$ 44 bilhões.

"As grandes corporações, ao entenderem que existe agora um caminho de capital disponível para que as startups cheguem até um IPO, têm se movimentado e comprado essas jovens empresas de base tecnológica, evitando assim uma concorrência futura", completa Stuart.

No acumulado entre 2011 e 2021, o setor de Varejo & Consumo foi o que mais transações registrou: 303 (ou 17% do total). Em seguida, temos os setores de Tecnologia, com 234 (13%) e o de Serviços de Utilidade Pública, com 195 (11%) negócios concluídos. No que diz respeito aos volumes transacionados, os maiores destaques ficam por conta das verticais de Serviços de Utilidade Pública, com R$ 245 bilhões (14%) movimentados; de Varejo & Consumo, com R$ 203 bilhões (12%) e de Saúde, com R$ 200 bilhões (11%).

Características dos compradores

De acordo com o relatório da RGS, 74% das transações registradas na década anterior foram realizadas por compradores estratégicos, os demais 26% dos acordos concluídos foram realizados por investidores financeiros (como fundos de Private Equity e Venture Capital). Entre todas as 1.737 transações mapeadas no período, 1.126 (65%) delas se deram entre players nacionais, que somadas, foram responsáveis por 75% do volume transacionado (R$ 1,3 bilhão).

Principais transações e compradores

A maior transação registrada em 2021 foi a fusão entre Notre Dame Intermédica e a Hapvida, um negócio avaliado em R$ 53,5 bilhões. Em seguida, a compra pela Energisa da Rede Energia, avaliada em R$ 28,3 bilhões, e a compra do BIG pelo Carrefour por R$ 10,8 bilhões.

Entre as principais companhias compradoras em volume, temos a própria Vale, que nos últimos dez anos desembolsou R$ 71,9 bilhões para a compra de outras companhias e duas do setor de Telecom: Oi, com R$ 53,9 bilhões transacionados, e Telefonica, com R$ 30,3 bilhões. Em número de transações, o destaque fica por conta de fundos de venture capital. Dividem o pódio Kaszek, monashees e Softbank, com 44, 34 e 33 transações, respectivamente.

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