Outsourcing torna-se mais flexível

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Dizem que é em momentos difíceis que brotam as grandes ideias. No caso da tecnologia da informação, se alguma nova concepção surgir neste momento de crise, podem ter certeza de que a possibilidade de ser na área de outsourcing é gigantesca. O motivo não é tão difícil de entender: a prática tem enorme capacidade de flexibilização de recursos materiais e humanos. Além disso, torna possíveis ajustes de acordo com os recursos financeiros existentes, com grande possibilidade de não prejudicar os negócios. No mais, práticas de outsourcing são desenvolvidas com parceiros, que dividem responsabilidades, o que facilita e amplia a busca de soluções em qualquer situação.
Entretanto, a pressão que altos executivos estão sofrendo para adequar rapidamente as empresas ao novo modelo econômico, de redução de custos e manutenção (quando não o crescimento) da eficiência, estão fazendo com que sejam criados modelos de outsourcing capazes de serem introduzidos rapidamente às necessidades do cliente.
Um projeto de outsourcing pode levar mais de um ano para ser montado, incluindo descrição das necessidades e prioridades, negociação com companhias consultoras, buscar informações no mercado, elaboração da RFP (Request for Proposal ou Solicitação de Proposta), análise e alinhamento das propostas, short list de fornecedores, fase final de negociação e due diligences. Há casos, não muito frequentes, de RFPs cujo processo de seleção envolve dez torres de serviços com mais de 20 proponentes. Um quadro como este complica o processo de análise por se tratar de muita informação.
Depois vem o período de implementação, que dura pelo menos mais seis meses. Somando tudo, isso pode levar de um a dois anos. É muito tempo para os dias de hoje, quando a busca de soluções para atuar no mercado de forma mais viável tornou-se urgente.
Por conta disso, em alguns países começou a ser adotado um novo conceito para atender a essa demanda: o speed sourcing. A proposta é fazer uma negociação rápida e direta, com poucos fornecedores, partindo de um base line de custos e objetivos de redução de até 20%. Devido à velocidade com que são fechados, os contratos no modelo speed sourcing tem como característica flexibilidade para se aperfeiçoar e adequar com o passar do tempo.
Porém, para viabilizar esse modelo de oferta, é preciso trabalhar com parceiro que tenha credibilidade, que seja de confiança e garanta a entrega do serviço com toda qualidade, diminuindo, assim, o risco do uso da prática. É importante ressaltar que o outsourcing, em qualquer circunstância, é um exercício de transparência entre contratantes e contratados.
A realização do objetivo depende do envolvimento e comprometimento de pessoas dos dois lados. No caso do speed sourcing, no qual a velocidade de implementação rege o negócio, esse item tem valor dobrado.
Por outro lado, essa possibilidade gera um enorme desafio para o fornecedor. Ele precisa reduzir custos ao extremo em suas operações. E, ainda, deve despender esforço concentrado em projetos críticos – aliás, não existem mais iniciativas de outsourcing que não estejam sendo introduzidas com um nível de risco alto.
No fim, a prática de speed sourcing tende a torna-se interessante para ambos – contratado e contratante – em momento de indefinição dos rumos da economia mundial e pressão por resultados imediatos. Nada mais do que uma questão de coerência dentro da realidade atual.

Martin Hackett é vice-presidente de Serviços de Infra-estrutura e Outsourcing da Unisys Brasil.

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