Outsourcing: um aliado estratégico

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O mercado brasileiro vive grandes perspectivas de crescimento nos serviços de outsourcing. É consenso entre boa parte dos executivos brasileiros que a execução da estratégia é mais custosa do que o seu planejamento. A gestão operacional das crises emergenciais do dia-a-dia parece ser a grande vilã que desvia o foco dos executivos. Para a área de TI, o cenário não é diferente. É comum a estratégia ser deixada de lado ou em segundo plano quando as demandas operacionais falam mais alto. Nesse sentido, o outsourcing pode se tornar um grande aliado, contribuindo para a definição do papel e das prioridades estratégicas da área de TI, permitindo mais atenção na gestão, no planejamento e, especialmente, em sua execução.

Gerenciar o grande volume de informações estratégicas para a empresa é um dos maiores desafios da atualidade. O pulo do gato diante da avalanche de dados estruturados e não estruturados, que invadem o ambiente corporativo, é saber separar o joio do trigo, verificando o que, de fato, é importante para o negócio. Essas informações devem estar disponíveis de maneira inteligente e eficaz.

O mundo atual nos leva à necessidade de mobilidade e flexibilidade. A chegada e a expansão de tecnologias (como Internet, WI-FI, 3G, Cloud e Big Data/Analytics), a queda nos preços dos computadores e o crescimento da participação de mercado dos tablets e smartphones exigiram um quadro em que o acesso à informação precisa estar disponível a qualquer momento e em qualquer lugar. Faz-se necessária uma reflexão constante sobre as vantagens de gastar mais tempo em entender quais são os impactos dessas plataformas nos negócios. O desafio é apontar como as novas tecnologias podem auxiliar as empresas para que tenham uma longa e competitiva vida em um mercado cada vez mais veloz e agressivo.

Uma das principais vantagens da terceirização é a possibilidade de confiar um papel mais estratégico e menos operacional ao CIO. Deixar o que não é a essência do negócio principal da empresa, para uma organização especializada. Oferecer ao executivo mais tempo pensando (e executando) como essa avalanche de novas tecnologias podem suportar a estratégia da empresa.

Pesquisas apontam que os investimentos de TI no Brasil são distribuídos da seguinte forma: 30% em serviços, 55% em equipamentos e 15% em programas. Há um cenário de expansão em direção à terceirização no Brasil. Comparado com o mercado americano, por exemplo, essa relação é mais equilibrada: 40% em serviços, 30% em hardware e 30% em software. Nota-se, portanto, uma grande possibilidade de amadurecimento no outsourcing pelas empresas, permitindo que TI suporte melhor as áreas de negócios.

No outsourcing, de um lado abre-se uma frente importante ligada à análise de TCO (Total Cost of Ownership), que deveria ser naturalmente mais eficiente, otimizando as linhas de capex e opex. Esta já é uma primeira vantagem com impacto exclusivamente financeiro.

Por outro lado, tais recursos financeiros podem ser destinados à melhoria de outros pontos fundamentais ligados à produtividade, ou para suportar uma nova plataforma de inovação para uma área de produtos ou negócios, por exemplo. Essas e outras oportunidades que se abrem, quando são bem gerenciadas por meio de indicadores, podem produzir resultados muito relevantes em termos estratégicos para empresa por meio de uma TI alinhada ao negócio e não somente à sua operação.

Fica o questionamento de quanto vale o tempo que se perde em questões operacionais, passíveis de terceirização, enquanto não se investe no direcionamento de plataformas tecnológicas em prol do aumento de produtividade, melhoria de processos e redução de desperdícios. Como dizia Jack Welsh: "Se a mudança está acontecendo mais rápido do lado de fora do que no interior, o fim está à vista". É necessário que se dedique todo o tempo disponível em favor de uma estratégia de TI assertiva para a estratégia da organização. Quem implementar outsourcing com um olhar estratégico sairá à frente dos concorrentes e essa vantagem competitiva precisa ser aproveitada.

 Luiz Henrique Alves Sávio, diretor de desenvolvimento e serviços de Data Center da Embratel

1 COMENTÁRIO

  1. Parabéns pelo post. Direto,objetivo e conclusivo. Talvez a grande barreira nas empresas seja a confiabilidade e segurança no outsourcing. O foco no business sem o desgaste com a busca de soluções no "meio" será o diferencial para as empresas, independente do seu tamanho.

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