Confirmando os rumores que circularam na segunda-feira, 13, a Nokia anunciou nesta terça-feira, 14, que está em discussões avançadas para a aquisição total da Alcatel-Lucent (ALU). Diferente do especulado, que dizia que a finlandesa teria interesse apenas no negócio wireless da francesa, o anúncio oficial confirma que a intenção é de "combinação total, o que tomaria forma de uma oferta pública de troca da Nokia pela Alcatel-Lucent". Como ainda está em andamento, não há garantias de que a transação seja concluída nem tampouco previsão de quando isso aconteceria.
No comunicado, a companhia não especifica como seria feita essa permuta de ações ou como iria lidar com possíveis discussões com o governo francês – segundo informações da Bloomberg na segunda-feira, o presidente François Hollande iria se encontrar com o CEO da Nokia, Rajeev Suri, e o CEO da ALU, Michel Combes, para negociações. A legislação francesa tem dado maior poder ao governo para bloquear ofertas de estrangeiros para os setores de telecomunicação, energia, transporte e saúde; tanto que uma recente oferta da General Electric pelo grupo de engenharia Alstom foi por água abaixo.
O receio do governo é se a fusão realmente promoverá uma companhia competitiva, assim como um possível impacto de demissões nas operações na França. A ALU tem cerca de 6 mil funcionários em seu país de origem (de um total global de 52 mil), enquanto a Nokia tem 62 mil no mundo.
A intenção da ALU e da Nokia é juntar suas forças para combater as duas gigantes do setor: a chinesa Huawei e a sueca Ericsson. Para poder ajudar a financiar a movimentação, é provável que a Nokia utilize parte do capital conseguido com a venda do negócio de celulares para a Microsoft, transação concluída em abril do ano passado por mais de US$ 7,5 bilhões.