Brasil tem maior número de desenvolvedores de software livre

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O cenário do impacto do software livre no mundo começa a se desenhar com a divulgação dos primeiros resultados do projeto Free Libre Software Open Source (FLOSSWorld), patrocinado pela União Européia.

Estudo apresentado na sexta-feira (11/5), último dia do 2º Workshop Internacional do projeto FLOSSWorld, em Bruxelas, na Bélgica, por técnicos da Universidade de Maastricht, da Holanda, mostra que o Brasil tem o maior número de desenvolvedores de softwares de código aberto, dentre os países que participaram da pesquisa.

O levantamento feito no Brasil chegou ao número de 541 desenvolvedores, que responderam ao questionário sobre seu grau de envolvimento com o tema software livre. O segundo país com maior número de desenvolvedores foi a Argentina, onde 115 responderam ao questionário. As perguntas foram elaboradas pela universidade holandesa, que ficou responsável por compilar os dados levantados por instituições acadêmicas, de governo e não-governamentais dos países participantes ?? Brasil, Argentina, China, Bulgária, Malásia, Tailândia, África do Sul e Croácia.

De acordo com o técnico da Universidade de Maastricht, Ghott Rüediger, que apresentou os dados sobre os desenvolvedores e empregadores da área de tecnologia da informação, a média de idade dos desenvolvedores é de 29,6 anos, sendo que a idade média desse grupo no Japão foi a maior encontrada. Naquele país, os desenvolvedores têm, em média, 32,6 anos. E na China os mais jovens dominam o segmento. O país tem a menor média de idade no segmento desenvolvedores, 25,5 anos. Os dados do Japão foram anexados à pesquisa, segundo Rüediger, devido a uma colaboração voluntária de um desenvolvedor, que aplicou o questionário no país com o apoio de uma empresa privada.

Em termos de gênero, a participação feminina entre os desenvolvedores, na média dos países, ficou em 6%. A maior média foi a da Malásia, que tem 23% de desenvolvedores mulheres e a menor comunidade de desenvolvedoras está na China, 11% do total. ?Parece que a representatividade feminina é pequena no mundo do software livre, mas ainda temos que ouvir as instituições, ter um retorno para entender esses e outros dados. Por isso, pedi aos participantes do projeto que nos ajudem a interpretar os dados encontrados relativos a cada segmento, empresas, desenvolvedores e universidade?, disse Rüediger.

Entre os desenvolvedores, dois terços têm nível superior de formação, 61% deles estão empregados, 21% trabalham por conta própria, 16% são estudantes e 2% fazem parte da comunidade de software livre. Uma das conclusões do estudo é que o fato de saberem trabalhar com software livre faz com que desenvolvedores tenham um melhor salário. Os melhores salários de desenvolvedores que trabalham com software livre estão na África do Sul, Brasil e Argentina.

Rüediger ressaltou que os dados compilados podem não representar totalmente a realidade do software livre nos países pesquisados, já que nem todas as instituições contatadas responderam aos questionários. De qualquer forma, os participantes do projeto FLOSSWorld, em geral, ressaltam a importância do estudo que, pela primeira vez, traz à luz dados sobre o impacto do software livre com uma dimensão tão extensa e um grau de cooperação entre tantos países. ?Sequer sabíamos dados sobre o desenvolvimento do software livre no Japão, ou mesmo na China. Agora, há cenário sobre o qual podemos nos debruçar?, destacou.

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