Os sites de venda e aluguel vídeo on-line, nos moldes da loja virtual iTunes, da Apple, devem atingir seu pico este ano e a se esgotar em breve, segundo pesquisa da Forrester Research. O declínio, de acordo com a consultoria, ocorrerá devido oferta cada vez maior de programas e filmes gratuitos por diversos sites, que terão a operação sustentada por publicidade.
"O mercado de vídeos pagos, na forma atual, estará extinto em breve, apesar do rápido crescimento e dos milhões de dólares gastos atualmente", afirma James McQuivey, responsável pela pesquisa da Forrester.
Apesar da estimativa de que os internautas gastem US$ 279 milhões neste ano para baixar conteúdos de vídeo da internet, ante o total estimado em US$ 98 milhões de dólares no ano anterior, o estudo prevê, que as receitas tenderão a cair em 2008. O vídeo pago é o modelo de negócios adotado por gigantes como a Apple, Amazon, Microsoft e Wal-Mart.
O problema, segundo a Forrester, é que apenas 9% dos adultos que estão on-line pagaram para baixar ou alugar um filme ou seriado de TV. Esses internautas são classificados pela consultoria como viciados em um nicho ou conteúdo específico, e que têm disponibilidade de dinheiro para gastar nesse tipo de conteúdo. Portanto, sem a adesão da massa dos consumidores aos vídeos pagos, a Forrester prevê que o modelo não crescerá na velocidade esperada pelos investidores das empresas.
"Para atrair os consumidores que ditam a tendência de mercado, os executivos de mídia precisam criar novos modelos de negócios e mecanismos de acesso ao conteúdo apoiados por publicidade", afirma McQuivey. O analista prevê que os canais de televisão aberta e por assinatura vão migrar para o modelo baseado na publicidade. Já os grandes estúdios de cinema, cuja receita com downloads de vídeos é mínima, deverão investir em modelos de assinatura semelhantes aos canais premium das TVs pagas.
A Forrester afirma que a confusão em relação aos diferentes formatos de arquivos de vídeo, as dificuldades para o usuário assistir os vídeos baixados da internet em televisores e outros problemas técnicos desestimularam os usuários médios a pagar por programas obtidos on-line. Além disso, a oferta por empresas tradicionais como a ABC.com, controlada pela Walt Disney, e redes de TV como a Fox, também trabalham contra os serviços pagos.