Assespro RS diz que política não atende pequenas software houses

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O anúncio feito pelo governo da Política de Desenvolvimento Produtivo que beneficia as empresas de TI não empolgou muito o setor, segundo declarou nesta quarta-feira (14/5) Jorge Antonio Branco, presidente da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação, Softwares e Internet – Regional do Rio Grande do Sul (Assespro-RS).

Entres as razões da falta de entusiasmo, segundo ele, está o fato de grande parte das medidas serem direcionadas para pequenas e médias empresas que não exportam seus produtos. "Apenas multinacionais e grandes players terão esses benefícios, por serem exportadores".

Mas ele ve com bons olhos a desoneração das empresas de softwares e TI que hoje pagam 20% de contribuição previdenciária e passarão a pagar 10%. Outra medida apontada por ele é a isenção da taxa de 3,1% para o Sistema S, que representa os sistemas Senai, Senac e Sesi.

O presidente da indiana Tata Consultancy Services (TCS) no Brasil, Cesar Castelli, concorda que as medidas trazem benefícios ao setor de tecnologia da informação, em especial às empresas voltadas para o mercado exportador. ?Medidas como essas que tenham como objetivo reduzir os encargos das empresas de TI são muito bem-vindas. Afinal, o Brasil tem quase o dobro do custo de qualquer outro país da América Latina. Assim as empresas de software conseguem se tornar mais competitivas e milhares de novos empregos são gerados. Isso é crucial, visto que até 2010 a meta é empregar formalmente 100 mil novos profissionais?, diz o executivo.

?Uma vez que o custo Brasil cai, os clientes tendem a preferir que a entrega de serviços de TI seja feita a partir de regiões mais competitivas. Com isso, o Brasil passa a ter novos diferenciais e podemos migrar alguns serviços para cá (offshoring), ajudando o país a se tornar um hub de exportação de serviços para mercados como Estados Unidos, Europa e América Latina?, completa Castelli.

A TCS opera em 47 países e conta com mais de 111.407 funcionários. A companhia fechou o ano fiscal 2007/08 com faturamento de US$ 5,7 bilhões. Com operações no País desde 2002, a TCS Brasil conta com 1,4 mil profissionais e mais de 30 clientes, entre eles ABN AMRO, Cummins, Goodyear, Brasil Telecom e Grupo OESP. A companhia possui três Centros de Desenvolvimento no Brasil, localizados em Alphaville, Campinas e Brasília, todos com certificação CMMi 5 (Capability Maturity Model Integration).

A Atos Origin, consultoria mundial em soluções de TÎ que atua em 40 países e fatura 5,4 bilhões de euros, também apóia a medida do governo. ?É um estímulo à inovação tecnológica e o primeiro passo do incentivo à produção de software e de desenvolvimento de serviços offshore. " Isso resultará em inegável aperfeiçoamento de mão-de-obra especializada e aumento significativo dos índices de empregabilidade do país?, declarou Marco Land, vice-presidente de operações para América Latina da Atos Origin.

Não é somente o setor de software que será beneficiado pela medida do governo. A prestação de serviços de TI para companhias de outros países, que promove hoje desenvolvimento sócio-econômico a países emergentes, começa a despertar o interesse das empresas instaladas no Brasil. E esse segmento também é coberto pelo programa a ampliação das exportações.

A prestação de serviços para outros países, a partir de um centro especializado na região de Curitiba, deverá oferecer 450 vagas para profissionais técnicos ainda neste ano.

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