A Avanade divulga os resultados de uma pesquisa global sobre as mudanças no papel da área de TI, mostrando que os orçamentos de tecnologia e o processo de tomada de decisões está migrando para fora dos departamentos de TI, estão assumindo novos papéis nas organizações. De acordo com os entrevistados, 37% dos gastos com tecnologia acontecem fora do departamento de TI, isso porque a ampla maioria dos líderes de negócios (79% dos executivos de nível C) acredita que pode tomar decisões melhores e mais rápidas sem o envolvimento desta área. Neste contexto, 76% dos entrevistados brasileiros compartilhou a mesma posição.
"No Brasil, existem sentimentos diversos sobre a importância da área de TI dentro das empresas. Algumas já as enxergam como uma ferramenta estratégia para alcançar os objetivos do negócio, enquanto a maioria ainda as vê como um centro de custo ou departamento de apoio", diz Hamilton Berteli, diretor de Vendas, Marketing e Inovação da Avanade Brasil. "Como as companhias locais são mais conservadoras em relação aos investimentos de TI, nosso foco é ajuda-las a pensar em novas formas para gerar diferenciação por meio da aplicação da tecnologia. Com esta visão, elas podem se tornar protagonistas efetivas do negócio e justificar os investimentos, independentemente se o negócio é voltado para o consumo, varejo ou segmento bancário", afirma.
Com essas mudanças no orçamento e a perda de controle, o estudo global com 1.003 líderes de negócios e de TI mostra a adoção de um novo modelo de "provedor de serviços" para a TI. Nele, funcionários das áreas de tecnologia consultam os departamentos das empresas para entender melhor suas necessidades e objetivos, e buscam serviços ou parceiros de TI internos ou externos para atender a estas demandas. Atualmente, mais de um terço (35%) dos departamentos de TI das empresas atua principalmente como provedores de serviços.
No Brasil, o percentual é de 29%. A pesquisa da Avanade mostra que, entre as empresas cujos departamentos de TI estão estruturados desta maneira, 58% afirmam que ampliarão o papel dos corretores de serviços de TI nos próximos 12 meses. Localmente, este número cresce para 71%. Além disso, 68% das empresas relatou que seus departamentos de TI contribuem mais para atingir objetivos de negócios do que contribuíam há três anos. Por outro lado, para 85% dos brasileiros entrevistados, o departamento de TI é extremamente importante para que as empresas alcancem os objetivos de negócios.
Destaque:
• 37% dos orçamentos alocados para tecnologia em 2014 são agora controlados por departamentos de negócios fora da TI. Isso significa que mais de um terço do total das compras de tecnologia das empresa são feitas por pessoas que não respondem ao CIO.
• A ampla maioria dos líderes de negócios – 79% dos executivos de nível C – acredita que pode tomar melhores e mais rápidas decisões de tecnologia para seus departamentos sem o envolvimento da TI.
• Cada vez mais, a TI desempenha o papel de consultora de negócios tanto para partes internas interessadas quanto para parceiros externos. Na verdade, 83% dos entrevistados disseram se sentir à vontade com a interação direta entre funcionários de TI e os clientes e parceiros. Além disso, 66% das empresas planejam ampliar o papel desempenhado pelo departamento de TI como conselheiros de negócios no próximo ano.
• Para efetuar esta mudança, os líderes de negócios querem que a TI desenvolva habilidades em áreas decisivas que ajudarão na busca por tecnologias inovadoras que solucionem questões de negócios de funcionários, clientes e parceiros em um mundo cada vez mais digital. Os executivos de nível C relatam a necessidade por mais habilidades com serviços na nuvem (44%) e integração de serviços e sistemas (43%). No Brasil, estes números foram 37% e 53%, respectivamente.
• As empresas que vêm planejando papéis relacionados a conselheiros de negócios e provedores de serviço para a TI enxergam resultados positivos com esta iniciativa. Elas relatam que a equipe de TI pensa nas necessidades dos funcionários – 71% dos executivos de nível C dizem que o departamento de TI hoje tem "uma cultura centrada no funcionário" – localmente, este número é de 66%. Paralelamente, 68% dessas empresas relataram que seus departamentos de TI contribuem mais para atingir objetivos da empresa do que contribuíam há três anos.
Mesmo com estas mudanças, o tempo dedicado a gerenciar os mesmos antigos sistemas legados continua a dominar a agenda da equipe de TI – 36% do tempo deste time é gasto gerenciando e fazendo a manutenção de ambientes já prontos. Isso leva a uma situação conhecida como "TI de duas velocidades", em que a equipe de TI precisa equilibrar o suporte a sistemas legados com a necessidade de inovar continuamente para manter-se à frente da concorrência.
"O equilíbrio oscilante de controle sobre as decisões de tecnologia e orçamento criou uma tensão real entre a TI e negócios, e exige que esta área técnica reconsidere a sua abordagem, aprenda novas habilidades e aumente sua influência", diz Mick Slattery, vice-presidente executivo de Linhas Globais de Serviço da Avanade. "Empresas que pensam no futuro estão posicionando a sua equipe de TI como consultores de negócios e a enxergam contribuindo como nunca para atingir os objetivos e alavancar resultados positivos de negócios", adiciona. De acordo com Berteli, esta é a mesma visão que as companhias locais estão começando a seguir. "As organizaçoes brasileiras esperam uma área de TI mais participativa, que ofereça ideias inovadoras – que realmente impactem nos objetivos de negócio. Alguns de nossos clientes locais já estão criando grupos de inovação para aprimorar este propósito, entrando no conceito de que cada negócio é um negócio digital. No mercado altamente competitivo que temos, a tecnologia pode ser um forte diferencial para o crescimento de qualquer empresa", finaliza.
A pesquisa também confirma as conclusões do relatório Alta Performance em TI: Definida pelo Digital da Accenture, que conclui que empresas com organizações de TI de alto desempenho investem em TI para fornecer capacidades estratégicas para os negócios.
A Avanade entrevistou 1.003 executivos de nível C, líderes de unidades de negócios e tomadores de decisões de TI em 19 países.