Julian Assange falou sobre o processo contra a Visa e a Mastercard em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 14, em Londres. O fundador da Wikileaks ameaça entrar na Justiça contra as administradoras de cartões devido ao bloqueio de doações para o site. A DataCell, empresa islandesa que arrecada fundos para o site, enviou uma denúncia à Comissão Europeia contra os gigantes dos cartões de crédito, que desde o fim de 2010 bloqueiam as doações ao portal.
Assange acusou a Visa e a Mastercard de agirem após pressão política do governo dos Estados Unidos e comparou o embargo ao site com o recente boicote publicitário a jornais comandados pelo empresário Ruper Murdoch, no Reino Unido. Um deles, o News of The World, teve os contratos de publicidade cancelados após escândalo de escutas telefônicas feitas por jornalistas do diário birtânico. O jornal, que tinha a maior circulação aos domingos no país, não sobreviveu ao embargo e paralisou atividades após 168 anos de existência.
O Wikileaks é especializado na divulgação de documentos secretos, mas não divulga a maneira como obtém esses registros. O site tem sido acusado de invadir sistemas de segurança com técnicas de hackers para divulgar os documentos. Assange parece acreditar no ditado que "os fins justificam os meios" e pede cautela aos governos ao tomar providências que podem "destruir mecanismos do jornalismo investigativo em prol do bem público".
Segundo Assange, o Wikileaks e seus empregados não foram acusados de nenhuma atividade ilegal. Apesar de não mencionar o caso do News of The World, sua fala sugere que ele lamenta o fechamento do jornal. "Aparentemente, a imprensa internacional ultrapassa os limites éticos, mas isso não significa que um jornal inteiro deva receber uma sentença de morte por causa disso."
Assange também afirmou que o fechamento de uma publicação é sempre uma perda, e as pessoas devem pensar bem sobre a diferença entre destruir apenas "maçãs podres" e acabar com "toda empresa".
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