O número de dispositivos médicos conectados no mundo deve chegar a 16 bilhões em 2015, sendo que apenas nos Estados Unidos o mercado de mobile health está previsto para alcançar US$ 23 bilhões até 2017, de acordo com estudo da PwC. No Brasil, as soluções de saúde móvel poderia permitir que um adicional de 28,4 milhões de pessoas tenham acesso ao sistema de saúde, prevê a consultoria.
Os dados foram apresentados pela consultora da PwC Brasil, Eliane Kihara, durante painel no Fórum Saúde Digital 2013, evento promovido pela revista TI INSIDE, realizado nesta quarta-feira, 14, em São Paulo. Entre os inúmeros benefícios que o m-health pode proporcionar, ela cita o tratamento e monitoramento remoto, o uso de soluções para bem-estar e prevenção, acesso rápido a diagnósticos, entre outros. "Isso sem falar que registros médicos eletrônicos podem melhorar a tomada de decisão clínica e coordenação dentro dos hospitais e trazer eficiências operacionais", diz.
A consultora observa, ainda, que registros de saúde padronizados poderiam permitir uma melhor integração do atendimento e facilitar encaminhamentos adequados, além do gasto com a saúde — pública e privada — poderia ser reduzido de forma significativa. Mas tudo isso, segundo Eliane, deve estar em consonância com as melhores práticas globais, englobando o atendimento integrado, atendimento em qualquer lugar, análise de dados e mensuração e medicina de precisão.
Como exemplo, a consultora cita a implantação a triagem e monitoramento remoto da saúde, via celular, pelo Apollo Hospital, na Índia. O hospital, que tem 70 centros de telemedicina, também desenvolveu uma solução de análise de dados remota através de uma série de sistemas de monitoramento de dispositivos. Outro exemplo de aplicação de saúde inteligente através de dispositivos, citado por Eliane, é o MelaFind, dispositivo indicado para dermatologistas no diagnóstico do melanoma.
Uma tendência que deve se consolidar também na área de saúde é o uso de tecnologias de big data, como já vem fazendo o Memorial Sloan Kettering Cancer Center, de Nova York. O hospital está aplicando a tecnologia DeepQA, que se baseia em análises avançadas alimentadas pelo Watson, sistema da IBM que ficou conhecido por responder às perguntas de um dos programas da televisão americana mais famosos chamado Jeopardy!. Com ele, médicos serão capazes de gerar e avaliar hipóteses baseadas em evidências e tratamento, e o Cancer Center será capaz de melhor identificar e personalizar terapias de câncer para cada paciente.
A WellPoint, uma das maiores operadoras de planos de saúde dos Estados Unidos, usará a tecnologia DeepQA para desenhar a partir de vastas bibliotecas de informações, incluindo medicina baseada em evidências científicas e dados da área da saúde, e conhecimentos clínicos de instituições como a Cedars-Sinai.
Essas aplicações, de acordo com a consultora da PwC, fazem parte das três principais tendências que sinalizam uma virada na rápida na área de saúde, que são um balanceamento entre os setores público e privado no financiamento e entrega do atendimento, a industrialização da área de saúde, que também está se tornando uma indústria baseada em precisão.