A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça abriu investigação contra o Facebook motivada por informações publicadas na imprensa segundo as quais a empresa teria acessado indevidamente mensagens trocadas em aplicativos de mensagens da companhia, como o FB Messenger.
Segundo denúncias publicadas em veículos internacionais e confirmadas pela rede social, trabalhadores terceirizados teriam sido contratados para o trabalho. As reportagens alegaram que as pessoas teriam recebidos áudios para realizar a transcrição, sem saber, contudo, a origem do material ou a finalidade da tarefa.
A Senacon notificou a empresa nesta quarta-feira, 14, estipulando o prazo de 10 dias para que a rede social preste esclarecimentos sobre as alegações noticiadas. Caso haja indícios de violações a direitos dos usuários, como privacidade e proteção de dados pessoais, uma consequência poderá ser a abertura de um procedimento administrativo.
Constatadas as violações à legislação nacional, o Facebook poderá ser multado pela Secretaria. À Agência Brasil, a assessoria lembrou que há outros procedimentos em andamento no órgão envolvendo o tratamento de dados de consumidores.
Há algumas semanas, o Facebook foi multado em US$ 5 bilhões (o equivalente a R$ 18,6 bilhões em moeda brasileira) em razão de práticas de violação à privacidade e desrespeito à proteção de dados dos seus usuários. Em outubro do ano passado, o governo do Reino Unido também puniu a plataforma digital por violações relacionadas ao tratamento de registros de seus usuários.
Grandes empresas de tecnologia, incluindo a Amazon.com e a Apple, vêm sendo criticadas por coletar trechos de áudio de dispositivos de consumo e submetê-los a críticas humanas, prática que, segundo críticos, invade a privacidade. A Bloomberg informou pela primeira vez em abril que a Amazon tinha uma equipe de milhares de trabalhadores em todo o mundo ouvindo as solicitações de áudio do Alexa com o objetivo de melhorar o software, e que a análise humana semelhante foi usada para o Assistente do Google da Siri e da Alphabet. A Apple e o Google, desde então, disseram que não estão mais envolvidos na prática, e a Amazon disse que permitirá que os usuários deixem de fazer uma revisão humana. Com informações da Agência Brasil.