Operadoras de cartão não vão repassar custos da Lei dos SACs

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Num primeiro momento os custos para adaptação das operadoras de cartão de crédito à nova Lei dos SACs não será repassado aos custos aos consumidores. A informação é do vice-presidente da Febraban – Federação Brasileira dos Bancos e diretor da área de apoio e desenvolvimento e Marketing do Banco Itaú, Antonio Jacinto Matias, que participou nessa terça-feira, 14, da abertura do 3º Congresso Brasileiro de Meios Eletrônicos de Pagamento, na sede da Fecomércio, em São Paulo.

Mas ele não descartou a possibilidade de isso acontecer no futuro, pois considera que o ideal é que o próprio setor se regulamentasse como já vinha acontecendo. "Quando entra uma regulamentação não prevista, pode ocorrer esse repasse, pois são custos adicionais que vão refletir nos preços", explicou.

As operadoras de cartão de crédito, segundo a regulamentação, terão de oferecer o telefone 0800, assumindo o custo da ligação do consumidor, o que antes não ocorria, pois utilizavam o número 4000 para atendimento.

O prazo de 1º de dezembro da entrada em vigor da Lei dos SACs e o tempo de 45 segundos para tempo máximo de atendimento (com algumas exceções previstas) não é na opinião de Matias tema para discussão. "O governo queira um prazo de 30 a 60 dias para entrada em vigor da Lei, 120 dias já foi um prazo negociado".

O executivo disse que no Banco Itaú houve um forte investimento no quadro de pessoal e tecnologia para atender a regulamentação, pois apesar da instituição oferecer diversos canais de atendimento, como internet banking, caixas eletrônicos, centrais de atendimento. "Mas a demanda do consumidor que liga para o call center não é uma operação transacional, como oferece os esses canais".

As soluções atuais não diminuem as reclamações, pois segundo Matias, isso vai acontecer com iniciativas de educação ao consumidor, de investimentos em canais de atendimento e treinamento de pessoal.

Números

O mercado brasileiro de meios eletrônicos de pagamento chegou ao final de junho registrando 100 milhões de cartões de crédito em circulação, crescimento de 17% na base em relação ao mesmo período do ano de 2007.
Durante o primeiro semestre de 2008, os cartões com bandeiras Visa, Mastercard, American Express e Diners foram responsáveis pela movimentação de R$102,2 bilhões, o que configura um aumento de 23% sobre o acumulado nos primeiros seis meses de 2007.

"O cartão de crédito é a modalidade de pagamento mais tradicional do Brasil. Completou recentemente 50 anos de existência no país e há anos mantém um ritmo bastante forte de crescimento, mesmo já estando em um nível bastante elevado de penetração. A indústria de meios eletrônicos de pagamento comemora estes patamares históricos alcançados em junho e projeta que novas marcas impressionantes devem ser batidas em breve", afirmou o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs)", Félix Cardamone.

De acordo com o Monitor ABECS do Mercado de Cartões, considerando todas as modalidades (crédito, débito, loja e rede), o país tem 466 milhões de cartões em circulação, que realizaram no primeiro semestre mais de 2,8 bilhões de transações e movimentaram R$ 176,2 bilhões em compras.

Este resultado significa um crescimento de 14% na base de cartões, 20% no volume de operações e 24% no valor das compras em relação ao primeiro semestre de 2007. Deste resultado, o maior crescimento proporcional foi registrado no valor das compras feitas com cartões de débito, que somaram R$ 50,2 bilhões.

Este resultado representa um aumento de 30% sobre o acumulado no primeiro semestre de 2007. " É um crescimento surpreendente que resulta de uma maior utilização para compras dos cartões que cada vez mais são utilizados em detrimento do uso de cheques, por exemplo. Os indicadores de comportamento do Monitor ABECS mostram que houve um crescimento de 22% no valor médio gasto por unidade de cartão de débito no primeiro semestre. Em 2008 cada plástico movimentou em média R$ 247, contra R$ 202 do mesmo período no ano passado.

Com os cartões de loja e de rede foram feitos R$ 23,9 bilhões em compras, o que significa um crescimento de 19%. Esta modalidade chegou ao final de junho com 156 milhões de cartões em circulação.

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