CA direciona estratégia para computação em nuvem e centra foco na AL

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Nos últimos 20 meses, a CA Technologies ultrapassou o orçamento destinado a aquisições para reforçar seu portfólio com novas soluções e serviços baseados na nuvem. Segundo o presidente executivo (CEO) da companhia, Bill McCracken, inicialmente estavam previstos de US$ 300 milhões a US$ 500 milhões para a compra de empresas, em especial aquelas de possuíam soluções complementares às suas ofertas. “Mas em razão das excelentes oportunidades de aquisição de empresas nos levaram a gastar US$ 1,8 bilhão”, afirmou.

O executivo diz que o aumento do orçamento para a compra de empresas foi possível graças às operações no segmento de mainframe, que financiaram as transações. “Esta é uma área que está consolidada em nosso negócio e que nos permite investir em novas tecnologias”, disse McCracken. No momento, segundo o CEO, a CA não está em busca de novas aquisições. “Caso seja feita alguma compra de empresa nos próximos meses, será apenas em razão de pequenos ajustes [no portfólio]”, justificou. McCracken enfatiza que a CA está trabalhando para dominar o setor de computação em nuvem privada.

A opinião do CEO é que a indústria, de forma geral, está caminhando para um modelo no qual a inovação irá direcionar o negócio, e apenas as empresas mais rápidas nesse processo irão sobreviver. Para isso, o papel da TI é fundamental – embora ainda não acompanhe a velocidade de transformação da inovação, sustenta McCracken. O alerta do executivo foi feito durante a abertura do CA World 2011, evento anual promovido pela empresa que reúne clientes parceiros de negócios, realizado este ano em Las Vegas, nos Estados Unidos.

Esse novo cenário, segundo McCracken, foi o que levou a empresa a uma mudança e a adoção de uma nova estratégia, que há cerca de dois anos concentrou o foco na computação em nuvem. A CA Technologies construiu sua base no mercado de tecnologia basicamente com serviços de gestão de mainframe e serviços convencionais de tecnologia. “Hoje, sabemos que o futuro é a nuvem”, enfatizou.

“A computação em nuvem não é um fator de mudança, mas um agente catalisador para que as empresas encontrem o caminho da inovação”, ressaltou o executivo. Ele defende a ideia segundo a qual à medida que um agente importante na cadeia de negócio alcança a inovação mais rapidamente que seus concorrentes, o mercado por completo é impactado – dessa maneira, mais importante que a inovação, é a velocidade com que a empresa consegue se diferenciar no seu ramo de negócio.

O executivo diz que isso não muda o mercado ou a tecnologia em si. Ao contrário, é a tecnologia que direciona a mudança da cadeia de suprimentos para formar soluções novas, mais eficientes e capazes de reduzir custos e gerar mais lucro e resultados de sucesso. “Nosso papel é ajudar nossos clientes a unir, automatizar e garantir a segurança para liderar a mudança no ramo de negócio em que estão inseridos”, disse McCracken. A vantagem da velocidade, segundo ele, é impactar o mercado e ditar as regras do jogo – e não sofrer os impactos da concorrência que foi capaz de inovar mais rapidamente.

Aposta na América Latina

Além do reforço do portfólio voltado para computação em nuvem, a CA  vai direcionar sua estratégia para a América Latina, região do mundo hoje com as maiores perspectivas de crescimento. O mercado latino-americano vem crescendo  aceleradamente e já responde por 5% do faturamento global da companhia. "O bom desempenho vem seguindo um crescimento constante de dois dígitos, puxado pela adoção de computação em nuvem”, afirmou o vice-presidente sênior e gerente geral da CA Technologies para a América Latina, Kennedy Arredondo. O executivo não revela números, mas ressalta que, assim como a Ásia, a América Latina irá receber mais investimentos da empresa no próximo ano.

“A grande vantagem da América Latina frente aos mercados emergentes é a cultura corporativa. São praticamente apenas duas línguas no continente inteiro”, destacou Arredondo. Para expandir ainda mais os negócios na região, a CA conta com uma ampla rede de canais de vendas e parceiros de negócios. Segundo ele, a América Latina tem sido ágil na adoção de novas tecnologias. O executivo diz que todas as unidades de negócio da CA na região crescem “acima de dois dígitos”, com exceção de mainframe. No último ano, a empresa acumulou 60 novos clientes na região, grande parte de empresas do setor financeiro e de governo. O desafio agora, segundo ele, é chegar também a pequenas e médias empresas.

O destaque da região é o Brasil, que representa 60% da receita. Arredondo revela que a empresa está trabalhando junto com a Federação Internacional de Futebol (Fifa) em projetos de gestão de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 e está bem perto de trabalhar também com a organização da Olimpíada de 2016. “A América Latina pulou o primeiro estágio de adoção de tecnologias e apostamos nisso”, afirma o CEO da CA Technologies, Bill McCracken, que visitará o Brasil no mês que vem. Ele cita como exemplo o setor de telefonia no Brasil, cuja infraestrutura e adoção andou a passos lentos nos anos 90, mas com a chegada de tecnologias móveis nos anos 2000, o país adotou massiva e aceleradamente o uso do celular. “Estamos certos de que a América Latina é a saída para consolidar os negócios e manter nossa empresa viva”, afirmou.

*  A  jornalista viajou a Las Vegas a convite da empresa.

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