Uma nova pesquisa realizada pela Amdocs, provedora líder de software e serviços para empresas de mídia e comunicação, em parceria com a Vanson Bourne, empresa de pesquisas de mercado do setor de tecnologia, revela que mesmo com as recentes mudanças no cenário de mídia e o aumento de opções de conteúdo e canais, os consumidores estão frustrados com as opções de TV que possuem atualmente.
Ao mesmo tempo, estão dispostos a gastar mais por combos de conteúdo personalizados e melhores ofertas de serviços. A pesquisa entrevistou 2.500 pessoas dos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil para descobrir seu posicionamento com relação a assinaturas de serviços de TV, formas de pagamento, anúncios e também entender mais sobre seus desejos e hábitos.
Tanto assinantes como não-assinantes sentem falta de…conteúdo
75% dos espectadores brasileiros não estão satisfeitos com a variedade de Conteúdo de video e TV a qual têm acesso, mesmo gastando em média R$250,70 por mês nesse tipo de assinatura (por casa). Para poder ter acesso a todo Conteúdo que eles gostariam de assistir regularmente, os espectadores brasileiros acreditam que eles teriam que pagar um valor 60% mais alto (~R$151,94), aproximadamente, totalizando quase R$402,64 por mês, ou mais de R$4.800,00 por ano.
Para Renato Osato, VP da Amdocs para América Latina, os espectadores acabam por criar pacotes 'faça você mesmo' com uma mistura de diferentes serviços de OTTs que se alinham com os custos de uma TV a cabo tradicional. "Sabemos das mudanças que aconteceram no consumo de entretenimento, mas os espectadores ainda não estão conseguindo o que querem. Olhando para os dados que obtivemos, há uma enorme oportunidade para novos modelos de negócios para a indústria de TV.
Desde conteúdo específico para nichos e comunidades, subcanais, novas formas de pagamento e até novos modelos de publicidade – que são tão personalizados que podem se tornar 'desejados' pelos consumidores", afirma o executivo.
"Nós enxergamos isso como parte de uma discussão mais ampla que pode ser chamada de 'economia do conteúdo'. Claro, já tivemos inúmeras mudanças nessa área nos últimos anos, mas a necessidade e as oportunidades de inovar esse Mercado ainda são enormes"
A batalha por espectadores precisa se tornar pessoal. Sem destruir a confiança.
A pesquisa revela ainda que grande parte dos consumidores brasileiros (61%) já é assinante de mais de um provedor de conteúdo, o que comprova a necessidade de uma abordagem inovadora e focada em transmissões mais personalizadas de conteúdo e também de serviços agregados.
Em média 70% dos entrevistados afirmou ainda que eles estariam dispostos a assinar apenas um serviço de conteúdo que empacotasse todos os seus conteúdos preferidos em um bundle dedicado. Inclusive, 69% deles afirmam que estariam prontos para cancelar todos os seus pacotes e assinaturas caso um pacote único já estivesse disponível no Mercado.
Mas, o que os consumidores buscam no "bundle perfeito"?
Os entrevistados brasileiros revelaram os tipos de serviços personalizados que eles estão buscando dos provedores. O "bundle perfeito" teria:
• 86% das pessoas gostariam de ter séries dignas de "binge-watching"
• 74% incluiria eventos e shows ao vivo
• 70% teria acesso a todos os jogos e competições do seu time específico
• 30% das pessoas incluiria ainda acesso a cenas deletadas e "bloopers"
• 25% adicionaria acesso a diferentes versões dos mesmos programas e filmes (versão de cinema, versão do diretor, etc.)
• 25% também incluiria acesso VIP a conteúdo relacionado às suas series de TV e filmes favoritos, como por exemplo entrevistas exclusivas, trailers e previews.
A lealdade dos espectadores mais jovens, entre 14 e 35 anos, é conquistada através de melhores opções de precificação. Quase 38% dos entrevistados dessa faixa etária afirmam que a variedade de conteúdo, opções de distribuição, funções de busca e experiências engajadoras como realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) são os principais diferenciais na escolha de uma operadora. Além disso, 80% ainda afirma que eles estariam dispostos a aceitar mais publicidade se eles pudessem selecionar o tipo de anúncio recebido, por exemplo, assistir anúncios apenas nas segundas-feiras e apenas conteúdo relacionado à esportes.
"Conteúdo ainda pode ser o rei da festa, mas publicidade também pode ser considerada conteúdo. Quando analisamos games e outras formas de entretenimento, vemos grandes inovações nas formas de pagamento e entrega desse conteúdo. Com todas as mudanças na indústria da TV na última década, ainda temos um longo caminho a percorrer em termos de opções de monetização. Habilidades de micro pagamentos e "microtargeting" poderiam transformar a televisão drasticamente", afirma Renato Osato.
A pesquisa entrevistou 2.500 consumidores de TV, filmes e vídeos, entre outubro e novembro de 2018. Desses, 500 entrevistados eram brasileiros, 1.000 norte-americanos e 1.000 do Reino Unido.