Você já parou para pensar quanto tempo leva uma piscada de olhos? Nós sentimos o quão veloz o movimento é – e aposto que você piscou para ver – além de usarmos a expressão para falar de algo muito rápido. Quando pensamos na quinta geração de tecnologia móvel, mais conhecida como 5G, que promete uma conexão de internet e transmissão de dados mais rápida, robusta e com maior alcance, pensamos na latência que ela irá nos fornecer. Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Eu te respondo. Uma piscada demora mais que a resposta que você terá com o uso do 5G, já que o olho humano leva cerca de 300 milissegundos para piscar e o 5G só precisará de 5 milissegundos para responder o comando do dispositivo. Isso porque a promessa a longo prazo é que esse número ainda caia para 1 milissegundo.
A nova rede que está chegando ao nosso país possibilitará conexões de dispositivos e equipamentos de forma simultânea, avançando ainda mais na implementação da Internet das Coisas (IoT). Essa forma de conectividade ajudará diversas empresas na jornada da transformação digital, acelerando os processos e diminuindo o tempo empregado neles, devido à maneira mais ágil de processar as informações. É evidente que a nossa realidade está a cada dia mais acelerada e exige uma união entre as pessoas e a tecnologia cada vez mais forte. Pois, para pensarmos no futuro, é necessário termos atenção ao agora.
A consultoria Juniper Research estima que a receita gerada por serviços de 5G seja de cerca de US$ 600 bilhões até 2026. Esse número representa 77% da receita global das operadoras de telecomunicação. Diante deste cenário, é possível também ver um crescimento acelerado de novos empregos, principalmente, dentro do setor de TI.
Um estudo recente realizado para o National Spectrum Consortium revelou que as descobertas inovadoras trazidas pelo 5G criará mais 4,6 milhões de trabalhos, nos Estados Unidos, até 2034, para alimentar uma nova onda de mobilidade e inovação. O cenário é tão promissor que as atuais atividades de preparação e engenharia de 5G já criaram mais de 100 mil novos empregos entre abril e maio de 2020, nos EUA. Globalmente, estima-se que a internet da quinta geração oferecerá suporte à 35 milhões de novos empregos, até 2035.
Quando falamos do 5G também pensamos nas inúmeras possibilidades que as companhias terão. Com a maior velocidade da internet, mais ações de negócios acontecerão em menor tempo. Além da grande agilidade ao fluxo de trabalho que a latência menor dará. E ainda podemos citar o menor consumo de bateria, o que reduzirá o tamanho e a energia necessários para uma maior conectividade.
Sabemos que existe uma lacuna no setor de tecnologia e a competitividade, por exemplo, com empresas internacionais está cada vez maior. Entretanto, as companhias brasileiras ainda conseguem conquistar os funcionários e demonstram diferenciais, como capacitação e preparo para as tendências que estão surgindo, mudanças estruturais no mercado estão por vir e o 5G terá um papel importante nisso.
Sobre o home office, por exemplo, hoje, é possível trabalhar de onde quiser com conexões de internet 3G, 4G e WIFI. A maioria usa a internet do celular quando há problemas com a conexão WIFI. No entanto, imagine quando o celular funcionar 20 vezes mais rápido. Onde utilizar seu próprio telefone como WIFI o que permitirá que você trabalhe com ainda mais estabilidade. Mas não é aqui que isso termina, é aqui que começam as novas possibilidades.
Agora pense além das limitações atuais que as conexões não confiáveis ou ruins trazem. Onde você passa a maior parte do início de cada reunião verificando sua conexão, se alguém pode ouvi-lo e, claro, a resposta "você está mudo". Agora imagine que você pode entrar como um avatar, projetado da maneira que quiser (permitindo que a diversidade floresça), permitindo equidade e inclusão para todos em igualdade de condições. E agora imagine isso sendo possível a partir do seu computador, headset, celular ou tablet permitindo uma verdadeira interação sem limitações devido à conectividade. Isso se expandirá rapidamente graças ao 5G na tecnologia holográfica, tecnologia de projetor e tecnologia vestível, como relógios, luvas, óculos, conjuntos de corpo e muito mais, serão acessíveis e funcionais.
O impacto da rede atingirá desde o setor do agronegócio, com máquinas agrícolas automatizadas, conectando agricultores, análises meteorológicas e de produção em tempo real, até as famosas fintechs, com experiências aprimoradas, maior adoção de pagamentos sem contato e carteiras móveis, privacidade e segurança aprimoradas por meio de comunicações biométricas rápidas e detecção de fraudes mais eficiente. Mas não paramos por aí. O segmento da saúde, tão importante em meio ao momento atual, terá a possibilidade do uso generalizado de IA, fluxos de trabalho automatizados, adoção de realidade aumentada e virtual, aceleração e habilitação de serviços de telemedicina, maior adoção de wearables e biotecnologia com custos reduzidos e maior eficiência. Na mesma linha de transformação temos o mercado de manufatura, varejo, mídia e entretenimento, seguro, educação, restaurantes e tantos outros que podemos listar.
Dito tudo isso, conseguimos entender que a transformação digital está totalmente interligada com a utilização do 5G, pois a expectativa é que a nova tecnologia traga novos objetivos para os modelos de negócios, melhorias no desempenho das operações, redução de custos e geração de receitas, enfim, tudo que melhore a experiência do cliente e das empresas. As promessas são altas, mas também temos em mente que existirão muitos desafios inéditos. Agora é acompanhar de perto e ver o futuro que essas transformações nos reserva.
Brendan O'Brien, Chief Technology Officer da Meta.