Casas conectadas, aparelhos que respondem por mensagem de voz, sistemas de luz que diminuem e aumentam a intensidade conforme o número de pessoas no local, essas são apenas algumas das inovações que estamos vivenciando nos últimos anos e com certeza podemos esperar muitas outras durante os próximos meses, principalmente com o uso de inteligência artificial. Hoje, devido ao trabalho e o estudo remoto, a residência assumiu o papel de ser mais do que um lar, de ser um ambiente hiperconectado que traz mais praticidade para o dia a dia, impulsionando a busca por soluções energéticas que garantam o perfeito funcionamento das tecnologias.
Segundo dados da Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside), o mercado global de automação residencial passou a crescer a uma taxa anual de 27,93% no ano passado e essa tendência de crescimento deve se manter até 2032. Aqui no Brasil não é diferente e a demanda energética também segue tendência de alta. A Agência Internacional de Energia – IEA – espera um crescimento de 2,5% ao ano no uso de energia no país, mas acredito que essa porcentagem será ainda maior com a robustez das inovações tecnológicas que ainda estão por vir.
Hoje, com a IA, a automação alcançou um novo patamar, sendo muito mais personalizada ao gosto de cada morador. Basta observar os lançamentos dos grandes players globais de tecnologia: no final do ano passado, o Google anunciou um novo recurso de automação residencial para seu produto "Google Home", o Help Me Script, que permite ao usuário criar automações personalizadas em sua casa por meio da descrição em texto do que ele deseja que ocorra em sua casa. Além disso, o produto conta com machine learning sendo cada vez mais preciso, personalizado e com a capacidade de prever o gosto de cada pessoa. Esse é somente um pequeno exemplo de como as novas tecnologias estão trazendo modificações para as residências e engana-se quem acredita que isso é apenas uma questão de praticidade. Atualmente, já é possível encontrar sistemas de segurança complexos que funcionam por comandos de voz, IA e aplicativos, trazendo ainda mais segurança e automação para as residências, sem contar o fato da valorização imobiliária, que agrega um ganho financeiro pelos investimentos realizados.
Novas oportunidades de mercado
Segundo levantamento da empresa internacional de pesquisa ReportLinker, as casas automatizadas já são uma realidade e este mercado deve alcançar o valor global de R$ 58,8 bilhões até o ano de 2028. Este cenário traz uma grande oportunidade de negócio para as empresas brasileiras da área de energia, com a possibilidade de criar soluções que garantam maior eficiência energética para suportar todas essas novas tecnologias, estimulando a agenda de sustentabilidade na sociedade, como também fazer inovações que assegurem o fornecimento de energia, independente de fatores externos, como nobreaks, por exemplo.
No início do ano, presenciamos chuvas devastadoras que resultaram em apagões nas maiores capitais do país, causando enormes prejuízos para o comércio e complicações para a população em geral. Os danos destes episódios poderiam ter sido mitigados se a sociedade tivesse mais consciência sobre o uso energético e investisse em soluções que garantissem esse ativo independente da situação. Sistemas simples de proteção de energia já fazem toda a diferença em contextos como esse, garantindo o funcionamento dos equipamentos por horas, sendo indispensável principalmente em locais que não podem ficar sem energia nem por um segundo.
O mercado de nobreaks é positivamente impactado em momentos de falhas no fornecimento de energia e segue em tendência de alta principalmente devido aos traumas dos episódios recentes das chuvas, mas eu acredito que esse número aumentará ainda mais por conta do protagonismo que a energia está assumindo no cenário atual. Cabe à sociedade – consumidores, governantes, empresas – entender a complexidade e a importância do uso energético de forma consciente, para que esse ativo esteja sempre disponível e seja pauta recorrente nas agendas de ESG, sendo utilizado da forma mais estratégica e responsável possível.
Pedro Al Shara, CEO da TS Shara.