Até meados deste ano, a Accenture, consultoria de gestão, serviços de tecnologia e outsourcing, deve inaugurar em São Paulo um centro de inovação aberta, para estimular a geração de valor no uso de tecnologia, envolvendo empresas, o mundo acadêmico e startups. A informação é de Leonardo Framil, novo CEO da consultoria para o Brasil e América Latina, que assumiu o cargo no último dia 1º.
Além da parceira que mantém com o Cubo, centro de inovação do Banco Itaú e fundo Redpoint, o executivo explica que o objetivo do novo centro será acelerar o desenvolvimento de novas ideias exigidas pela transformação digital pela qual passam as empresas, mas não só para uso próprio, mas abertas a toda sociedade.
O centro vai trabalhar no sentido de unir esforços de colaboração, para "nutrir a inovação, e não só trabalhar para si próprio; criar uma ponte para apoiar as startups na visão de desenvolver soluções para o mercado global, uma vez que a Accenture tem a experiência de mercado em inúmeros países onde atua", explica Framil. "Além disso, pretendemos ajudar na construção de políticas públicas usando a inovação aberta."
Essa iniciativa reflete o posicionamento estratégico da consultoria, que já abandonou o antigo posicionamento de cobrança de serviços por homem hora, para se tornar, em muitos casos, parceiro de negócios de seus clientes, entrando no risco das iniciativas que ela acredita serem transformacionais e tragam valor para os negócios.
A organização está posicionada em oferecer serviços de estratégia, consultoria, tecnologia, operações e digital. No primeiro quesito, está direcionada a ajudar o cliente em direcionar sua estratégia de negócio, na competitividade e na implementação do que é conhecido por orçamento base zero.
Em consultoria, os focos são os problemas de transformação de processos, gestão de pessoas e talentos, estrutura organizacional, etc, para apoiar as empresas nos problemas de migrar para esse novo ambiente de negócios competitivos.
A área de tecnologia se apoia nos centros de desenvolvimento espalhados em diversos países, utilizando metodologias ágeis para acelerar a entrega aos clientes. Apenas em São Paulo e Recife tem 1.500 profissionais em cada centro; na Índia, o número ultrapassa a casa de 140 mil colaboradores.
Em operações, o objetivo é trabalhar em processos de negócios que tragam um valor diferenciado, não apenas mão de obra como no antigo conceito de BPO. A terceirização tem uma proposta de transformar os processos para se conseguir uma nova forma de realizar os negócios.
A Accenture Digital nasceu para desenvolver novas competências, com profissionais com skills diferentes do segmento corporativo, que trabalham com novas tecnologias como analytics, cloud, mobile, ajudando na formação da expertise dos clientes. Para isso, adquiriu nos últimos anos as Gapso e a AD Dialeto, que fazem para dessa área de atividades da empresa.
"Também proporciona novos modelos de negócios, que nos permite compartilhar o risco junto como o cliente, pois nossa remuneração vai depender do sucesso dessa iniciativa. Fizemos um contrato com uma indústria automobilística onde somos remunerados pelas vendas dos automóveis", exemplifica o executivo.