Intel deve investir US$ 1 bi e amplia escala de ultrabooks no Brasil

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Líder absoluta nos mercados mundiais de PCs e servidores, a Intel até hoje não conseguiu abrir caminho no segmento de processadores de baixo consumo de energia para dispositivos móveis, especialmente smartphones e tablets, dominado pela fabricante de chips britânica ARM Holdings. Decidida a mudar essa escrita, ela agora vai concentrar o foco nos ultrabooks, nova categoria de computadores pessoais que tem características de um híbrido de notebook, tablet e netbook. E o mercado-alvo da estratégia da companhia é o Brasil, que hoje ocupa a terceira posição no ranking dos maiores consumidores de PCs no mundo.

Segundo o presidente da Intel no Brasil, Fernando Martins, nos próximos cinco anos a fabricante de chips irá aplicar no país o equivalente ao investido nos últimos 25 anos. "É difícil estabelecer uma cifra específica, mas com certeza estamos falando em algo na casa de US$ 1 bilhão", esclarece. O executivo cita como razão de o país ter sido eleito pela empresa como um dos seus pilares estratégicos a demanda aquecida por PCs e tablets, com o aumento da renda e acesso mais fácil ao crédito da classe C. Isso, segundo ele, contribuiu, inclusive, para o aumento da receita da Intel no país acima dos 20% no ano passado. “E nossa avaliação é que isso irá manter o mercado aquecido nos próximos anos.”

De acordo com o vice-presidente e diretor geral da divisão de PCs da Intel, Kirk Skaugen, até o fim do ano o número de fabricantes de ultrabooks no país passará de cinco para 11. Nos próximos 30 dias devem estar disponíveis mercado brasileiro os ultrabooks da CCE, Dell, LG, Megaware, Positivo Informática, Samsung e Semp Toshiba, e a previsão é que até dezembro cheguem os modelos da Acer, Asus, HP e Sony. O trabalho com essas empresas, explica Skaugen, inclui o fornecimento de componentes por meio da parceira que mantém com fabricantes asiáticos, e o orçamento vem de parte dos US$ 300 milhões provenientes da Intel Ventures, braço de capital de risco da Intel, anunciado em agosto do ano passado.

"Estamos passando por uma completa revolução no mercado de PCs e a meta é aumentar em 20% a capacidade de processamento e reduzir, na mesma proporção, o consumo de energia da próxima geração desses produtos, já no ano que vem", explicou Skaugen.

Durante o Intel Developer's Forum, evento mundial da companhia realizado em São Paulo, foram apresentados modelos de computadores híbridos que, segundo o executivo, serão o novo modelo computação pessoal daqui para frente. Os computadores são equipados com Windows 8 e podem se transformar em tablets ao dobrar o teclado, deslizar ou destacar a tela.

A Intel reconhece que o grande desafio ainda são os preços dos ultrabooks, hoje considerados muito elevados na comparação com os notebooks convencionais, já que alguns modelos beiram a casa dos US$ 3 mil. O custo, aliás, é apontado por analistas como o principal fator que tem impedido esses equipamentos de decolar no mercado asiático, um dos grandes consumidores de PCs.

A fabricante não divulga estimativas de embarque e produção de ultrabooks para este ano. “Ainda há muita incerteza e há necessidade de inovação tecnológica. Mas nossos investimentos em pesquisa e desenvolvimento caminham para atingir o melhor desempenho em aparelhos extremamente leves e finos, com altíssima duração de bateria”, completou Skaugen.

Mercado preferencial

Além da fabricação de ultrabooks, o Brasil também tem sido o mercado preferencial da fabricante em outros segmentos. A expansão da economia fez com que a empresa trouxesse quatros novos centros de suporte de engenharia para o país, voltados para empresas, servidores, ultrabooks e o sistema operacional Android, do Google. Além disso, os desenvolvedores brasileiros estão na mira das equipes da Intel – os parceiros de software nacionais já formam a quarta maior comunidade da companhia, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia, com 917 membros e 180 aplicações corporativas habilitadas. A base instalada no Brasil é maior que toda a estrutura na Europa.

A Intel anunciou também o contrato com o governo de Pernambuco, para levar 156 mil tablets às escolas estaduais, como parte de seu programa de investimentos em iniciativas educacionais. O projeto é fruto de investimentos de R$ 100 milhões e contempla o treinamento de professores para trabalhar com os dispositivos móveis em sala de aula. Além disso, ele comemora o fato de o Banco do Brasil ser a primeira instituição financeira do mundo ao adotar a solução de segurança Identity Protection Technology (IPT), utilizada nos Estados Unidos pelo serviço de pagamentos online do Pay Pal e do eBay. Uma solução proprietária está sendo desenvolvida com base no IPT e será implantada integralmente no segundo trimestre do ano que vem para atender usuários de ultrabooks e dispositivos de nova geração. O valor do contrato não foi divulgado.

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