A pandemia de Covid-19 tem provocado inúmeras mudanças no dia a dia da população, que influenciaram diretamente seu comportamento de consumo e acesso a serviços. Com isso, a tecnologia avançou, suprindo novas necessidades e acelerando processos.
Assim aconteceu com a Saúde, primeiro setor diretamente afetado pela crise que encontrou na telemedicina a saída para preservar a segurança dos pacientes e profissionais, mantendo os atendimentos em todas as especialidades médicas.
O recurso, aprovado emergencialmente no Brasil para suprir a demanda com o avanço do novo coronavírus, permite a realização de consultas online de maneira simples e prática.
Segundo a Dra. Erica Rabello Lopes da Costa, médica responsável pela implantação da telemedicina na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, a principal vantagem desta ferramenta é a facilidade no uso.
"Utilizamos um aplicativo muito intuitivo, que se assemelha à videoconferência do WhatsApp, permitindo que pessoas de qualquer idade tenham acesso facilmente através do seu celular", explica.
E especialista destaca que o serviço surgiu para auxiliar as equipes médicas no atendimento aos pacientes que, devido ao Covid-19, necessitam fazer o isolamento total.
"Após a internação, o paciente vai para casa e permanece em quarentena. Com a telemedicina, nós conseguimos seguir acompanhando sua recuperação sem que ninguém fique em risco".
O recurso também é amplamente aproveitado durante a internação do paciente com Covid-19. "Enquanto o paciente está internado, impedido de receber visitas, nós realizamos reuniões e visitas virtuais com as famílias dos pacientes internados."
Para além do Coronavírus, a telemedicina também permite a retomada dos atendimentos a outras doenças. "Muitos pacientes que necessitam de acompanhamento, puderam dar continuidade aos seus tratamentos sem risco de contaminação", explica a médica.
Dra. Erica defende a telemedicina como uma revolução no atendimento à saúde. "A ferramenta otimiza o tempo de todos, além de permitir o compartilhamento médico de diagnóstico, aumentando a segurança e a assertividade das condutas médicas".
Como funciona?
A estruturação da telemedicina na Rede de Hospitais São Camilo teve início em março de 2020, quando foi elaborado um projeto de implantação que contempla as modalidades:
– Teleorientação: em que os médicos realizam, à distância, a orientação e o encaminhamento de pacientes em isolamento;
– Telemonitoramento: os pacientes podem ser monitorados à distância com supervisão ou orientação de um médico;
– Teleinterconsulta: em que ocorre a troca de informações e opiniões exclusivamente entre médicos, para auxílio diagnóstico ou terapêutico.
A especialista afirma que a implantação foi planejada em etapas, no intuito de observar a resposta do paciente e o fluxo de atendimento.
"Na primeira etapa, começamos com 11 especialidades médicas e 15 médicos. Na segunda etapa, ampliamos as agendas para mais 22 médicos, com atendimento em diversas especialidades", explica.
Para que possam dar todo o suporte necessário ao paciente, os médicos estão realizando o atendimento nos consultórios do Centro Médico e o serviço é oferecido a partir da segunda consulta.
Futuro da saúde?
A médica destaca, ainda, que o recurso tem se mostrado uma opção menos onerosa do que as consultas presenciais e atendimentos de pronto-socorro, o que o torna um atrativo para o paciente e para as fontes pagadoras.
"Além dessas vantagens, há a questão da mobilidade e alcance da internet. Nos grandes centros urbanos, o recurso agiliza as consultas e evita que as pessoas percam tempo nos trajetos. Já nas outras regiões, a telemedicina atua como facilitadora de acesso, abrangendo áreas mais afastadas".
São fatores como estes que apontam o novo modelo como um grande aliado do mercado da Saúde, cujo desafio está na sua ampliação e incorporação às práticas de atendimento no futuro.
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