Os líderes de RH estão sendo cada vez mais pressionados a assumirem um papel estratégico dentro das empresas e, para isso, precisam inovar, seja no relacionamento com os colaboradores ou na parte administrativa. O RH agora precisa ajudar a empresa a se diferenciar no mercado atraindo e retendo os melhores talentos, ao mesmo tempo em que precisa lidar com um volume interminável de documentos.
Não é à toa que uma das carreiras que estará em alta, segundo empresas de recrutamento, será a de Gerente de Treinamento e Desenvolvimento, atuando com diversas competências, desde o treinamento básico do novo funcionário, passando por parcerias com instituições de ensino e cursos in company, até a transmissão de informações do nível estratégico ao operacional, aplicação de pesquisas de clima e sempre focando na cultura de inovação.
Atrair e reter talentos nas organizações é um grande desafio e é fundamental para manter o alto desempenho e produtividade das empresas, especialmente na era da transformação digital. Por isso, ações internas que estimulem o engajamento dos colaboradores tornam-se cada vez mais necessárias. Mas, para gerar esse ambiente colaborativo, inovador, que realmente gere valor para o negócio, é preciso, em primeiro lugar, se livrar das tarefas manuais e repetitivas. Daí em diante, automatizar processos e ganhar a capacidade de obter insights a partir das informações distribuídas por toda a empresa.
O RH ganha inteligência com dados
A capacidade de extrair inteligência de negócios dos dados é, cada vez mais, um requisito indispensável para empresas que buscam competir em uma economia globalizada. E os líderes de RH estão descobrindo que a automatização de processos é a aliada perfeita para otimizar a gestão e entregar mais valor. Afinal, a área de RH, assim como todas as áreas de uma organização, tem hoje como objetivos a redução de custo, a eficiência e rapidez dos processos e a alta produtividade.
Mas, apesar de líderes de negócio reconhecerem que o uso de tecnologia no RH é fundamental para que a área seja mais estratégica, ainda existe muito espaço para investimento na otimização de processos, desde a digitalização e gestão de documentos até o uso de chatbots, que serão responsáveis pela entrevista inicial com candidatos, reduzindo em mais de 90% o tempo de recrutamento e seleção.
Pesquisas indicam que, globalmente, apenas 40% dos líderes de RH têm um plano definido de inovação. Apesar de 70% reconhecerem a necessidade de uma transformação da força de trabalho, apenas 37% estão muito seguros sobre a capacidade de modificar a área de RH. No Brasil, 96% acreditam que a tecnologia é essencial, mas para 52% a empresa onde trabalham ainda precisa avançar na digitalização.
Além disso, a implementação de uma cultura de inovação enfrenta o desafio da falta de recursos internos capacitados para lidar com as novas tecnologias, mas nem sempre é preciso contratar pessoas. Com a terceirização de atividades que não são o core da empresa, como digitalização e gestão documental, é possível traçar um plano e contar com parceiros que ofereçam soluções para acompanhar todo o ciclo de vida dos documentos do RH, liberando os colaboradores para focar no que realmente importa: a inovação.
Juliana Ferreira, diretora de RH da Access.