O RPA tem chamado a atenção de muitas empresas ultimamente. Sigla para 'Automação Robótica de Processos', o RPA trata do desenvolvimento de robôs, também conhecido como bots, que pode executar processos através de uma matriz de decisão pré-definida ou ainda ser associado à Inteligência Artificial no intuito de aprender e simular processos operacionais digitais realizados por pessoas. Ao automatizar esses processos a empresa sai na frente das demais, pois os bots trazem inúmeros benefícios.
Um deles é que pessoas com habilidades, conhecimentos e expertises em análises e estratégias poderão sair de tarefas repetitivas e operacionais para se dedicarem à função de realizarem de fato as análises ou até mesmo liderarem os seus times, guiando-os em busca de melhores resultados para o negócio. Isso possibilita uma gestão mais estratégica, com resultados expressivos, aumentando a efetividade das entregas em todas as frentes, pois aumenta a velocidade e a precisão, além de diminuir custos.
Os resultados, entretanto, podem variar de acordo com os parâmetros analisados, pois muitas variáveis podem ser levadas em consideração, como o tipo de processos, complexidades, integrações, tempo de processamento e entrega, volumes e repetições. Por exemplo, se levarmos em consideração a variável performance, o retorno de investimento pode chegar em 2000%, mas se considerarmos o financeiro, o retorno chegaria a 110% neste exemplo.
Essa possibilidade de ganhos consideráveis tem feito muitos negócios pesquisarem e optarem por introduzir a tecnologia nas suas rotinas de trabalho. Mas, nessa tarefa, muitos gestores acabam cometendo um erro grave que é não considerar o nível cultural da empresa em relação a mudanças significativas. Sem esse conhecimento e alinhamento, os bots que serviriam para gerar mais resultados, acabam gerando ruídos internos na equipe, causando diversos desgastes e frustrações. Outro ponto que muitas vezes é deixado passar é o grau de maturidade da empresa. Nem todas estão preparadas ou acostumadas com processos tecnológicos ou até mesmo não possuem processos manuais bem definidos e, dependendo do nível em que estão, a forma como o RPA deve ser introduzido muda.
Quando todos esses pontos estiverem alinhados, a próxima preocupação é sobre como esses bots irão funcionar dentro da empresa. Ter o controle sobre cada processo que será automatizado é essencial para que no futuro isso não se torne um caos. Por isso é importante saber quais processos os bots executam, seus resultados, os impactos caso estes processos e suas integrações sejam modificados e entre outros. Isso deve ser mapeado logo no início do projeto. Então planeje primeiro, para depois executar. Isso evitará muitas dores de cabeça e gastos desnecessários. Um processo de Governança também deve ser levado em consideração, pois será o mais alto nível de maturidade após a construção dos diversos robôs em uma organização.
Segundo o Gartner (2021) o mercado de RPA, é um dos mercados de software com o crescimento mais rápido dos acompanhados pela consultoria global. Assim, detém uma taxa de crescimento de mais de 60%, nos últimos dois anos. E a projeção é que o mercado mantenha uma taxa de crescimento de dois dígitos pelo menos até 2024. Ainda, de acordo com a consultoria, a pandemia do COVID-19 foi um dos maiores fatores de aceleração para o uso da tecnologia.
Neste sentido, o RPA torna-se uma ferramenta essencial que traz inúmeros benefícios para as empresas, principalmente pela sua flexibilidade de atuar em diversos segmentos como saúde, financeiro, educação, jurídico, transporte e outros. Mas antes é importante preparar o terreno. Fazendo tudo direito no começo, os resultados chegam e o RPA se torna um ótimo aliado para melhorar os resultados da sua empresa.
Rodrigo Strey, diretor executivo na AMcom.