Com o crescimento da aplicação das políticas ESG pelas principais empresas médias e grandes do Brasil, Argentina, Colômbia e México nos últimos anos, aliado à descentralização do dinheiro por meio das criptomoedas, cuja circulação cresceu independentemente de governos, impulsionar o mercado de carbono e proteger o meio ambiente através de ativos digitais vem enchendo os olhos das comunidades que orbitam esse universo.
Essas iniciativas podem transformar o Brasil em uma grande potência de economia verde. É o que pensa a comunidade da Celo, ecossistema de blockchain de código aberto focado em tornar sistemas e ferramentas financeiras descentralizadas (DeFi), que enxergou na tecnologia uma grande oportunidade de transformar ativos digitais em ações que gerem valores relevantes sociais e ambientais.
"A Celo tem essa preocupação nativa, e compactua com o compromisso de ter no mínimo 40% de sua reserva composta por ativos naturais tokenizados. A comunidade da Celo desenvolveu as primeiras e únicas stablecoins verdes de real, euro e dólar, ou seja, é a primeira blockchain que permite que usuários e empresas respeitem o meio ambiente durante as transações que são tão rápidas quanto o mercado tradicional e seguras", explica Camila Rioja, Latam Lead da Fundação Celo.
Pioneira na criação de uma blockchain para dispositivos móveis, a Celo é um protocolo layer 1 e carbon-negative, que possibilita o desenvolvimento de projetos que empoderam as comunidades, gerando inclusão e prosperidade compartilhada. A iniciativa possibilita a transferência de ativos via mobile, de maneira muito rápida, aliada a uma lógica econômica favorável ao meio ambiente.
Como os ativos digitais já vêm sendo aceitos por diversas empresas e estabelecimentos ao redor do mundo – estima-se que mais de 18 mil negócios já comercializem com criptomoedas -, diversos países começaram a dar mais atenção à tecnologia. Tanto é que o Banco Central do Brasil tem se movimentado para a criação do real digital (CBDC), que terá como função primordial fornecer a infraestrutura para tokenização de ativos, conforme disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante o Rio Crypto Summit, evento que reuniu os principais players desse mercado nos mês de junho, no Rio de Janeiro.
A Celo participou do evento ao lado de representantes do Bacen e outros bancos tradicionais e digitais, demonstrando como funciona a cadeia de prosperidade que gera uma economia sustentável. "Uma vez que existe uma maior utilização dos ativos nativos em Celo através de trading em exchanges, cartões e wallets – por exemplo para pagar contas de serviços públicos diversos, realizar atividades cotidianas como ir ao cinema ou fazer compras e também investimentos etc. — cada vez que aumenta a circulação da moeda, como o cREAL, maior a necessidade de ativos verdes na composição da reserva, gerando valor de forma que e o mundo percebe isso como uma possibilidade de incentivar projetos comprometidos com fatores sociais, ambientais e boas práticas de governança", relata Camila.
Segundo uma pesquisa do The Boston Consulting Group (BCG) de 2017, companhias que adotam essas práticas de governança, sustentabilidade e proteção ao meio ambiente têm uma maior lucratividade, o que, a longo prazo, pode resultar, inclusive, em um aumento de seu valor de mercado. "A Celo é pioneira em finanças regenerativas, e tem um modelo de governança realizado pela comunidade, que pode decidir, por exemplo, rebalancear suas reservas com ativos verdes. A comunidade trabalha para desenvolver a lógica das finanças regenerativas, de forma que possam dar suporte a diferentes iniciativas no mercado descentralizado, público e privados", afirma Camila.
Entre os destaques da Celo nesse campo está o Climate Collective, iniciativa que une diversas organizações blockchain e que busca tokenizar florestas tropicais e outros recursos importantes para a remoção de CO2 da atmosfera. A proposta da Celo é que, nos próximos 4 anos, até 40% da reserva Celo (que apóia as stablecoins cUSD e cEUR) faça a transição para a floresta tropical tokenizada e outros ativos de sequestro de carbono. A comunidade pode deixar um legado positivo para o futuro do planeta, principalmente nos âmbitos sociais e ambientais. "A tendência é que, assim como escolhemos um filme no Netflix ou uma música no Spotify, as características dos meios de troca também sejam influenciadas pelo entendimento dos usuários sobre o que é melhor para si, para sua comunidade e para o planeta.