Além do SMS (mensagens de texto) as operadoras celulares estão dirigindo esforços na difusão do MMS (mensagens multimídia), que tem como grande limitador, além do preço, a baixa penetração de celulares compatíveis com o serviço. Entre as estratégias está o corte das tarifas para atrair mais usuários.
Outra é agregar serviços para incentivar a troca de imagens pelo celular. Até 31 de agosto a TIM padronizou a tarifa em R$ 0,36 para a transmissão do MMS com preços promocionais para os serviços TIM FotoMensagem e TIM VideoMensagem (para envio a outro celular compatível ou para e-mail).
A tarifa representa uma economia de mais de 60% em relação aos preços normais do TIM FotoMensagem (R$ 0,99) e do TIM VideoMensagem (R$ 0,99, de celular para celular).
A estratégia da TIM para aumentar a penetração desses serviços vem surtindo efeito: no segundo trimestre de 2006, a receita gerada por SVA (Serviços de Valor Agregado) alcançou R$ 237 milhões, valor 62% superior ao registrado no mesmo período de 2005.
O número de usuários do serviço de MMS da TIM cresceu 148% no período (2º trimestre de 2005 contra o 2º trimestre de 2006).
A Oi, do grupo Telemar, baixou o preço da tarifa de R$ 1,99 por foto para R$ 0,49, além de oferecer o serviço também para os usuários dos planos pós-pagos. A receita de Serviços Adicionais da Oi, composta principalmente de serviços como SMS, envio de fotos e download de vídeos, cresceu de 69,4%, no primeiro semestre de 2006, se comparado com o mesmo período correspondente do ano passado, atingindo a marca de R$ 131,3 milhões.
Falta de informação
Um levantamento da Claro identificou que os usuários não enviam mensagens MMS (multimídia) pela falta de informação. Muitos clientes consultados, afirmaram, por exemplo, que não sabiam que é possível enviar fotos ou vídeos para endereços de e-mail.
Marcos Quatroze, diretor de conteúdo da operadora, diz que as pessoas costumam tirar fotos e armazená-las no celular como papel de parede, mas ainda não têm o hábito de enviá-las. "Estamos fazendo uma campanha de orientação via SMS ou MMS, para estimular o envio das fotos", diz.
Ele também reconhece que o aumento do tráfego MMS está condicionado à disseminação dos aparelhos com esta capacidade.
O baixo índice de envio das mensagens MMS também foi apontado na pesquisa realizada pelo núcleo jovem da Editora Abril (composto pelas revistas Superinteressante, Mundo Estranho, Bizz e Capricho). Em torno de 50% dos cerca de 5 mil jovens que participaram do levantamento responderam que nunca enviaram uma mensagem MMS.
Para Quatorze, a pesquisa mostra que, realmente, há um índice alto de não utilização do serviço. "Eu ficaria mais preocupado, no entanto, se o motivo principal desta não utilização por falta de entendimento, aí teria um aspecto educativo para trabalhar", diz.
Fiamma Zarife, diretora de conteúdo e serviços da Oi, destaca que a estratégia da operadora é gerar experimentação e promover a democratização do serviço MMS. Para isso a empresa abriu várias frentes para alavancar o uso. "Vimos em pesquisas que o usuário que tirava fotos não sabia o que fazer com elas devido à limitação de armazenamento do aparelho, acabava apagando a foto", diz Fiamma.
A empresa lançou o Oi Blog que permite postar as fotos e compartilhá-las na internet ou no celular e receber comentários pelo SMS. Outro serviço, o Oi Fotos, além de publicar pode armazenar e enviar para revelação, recebendo as fotos em 24 horas. "São serviços de conveniência viabilizando foto no celular", diz a executiva.
A empresa também tem planos de serviços nos pacotes Oi 400 e Oi 600 que incluem uma determinada franquia de fotos (25 e 50) conforme o plano.
De acordo com Renato Virgili, coordenador de marketing da Telemig Celular, não adianta divulgar o MMS como se fosse um SMS multimídia, que oferece opções de emoticons (figuras animadas).
"Quando alguém quer informar o outro que está no cinema, o SMS é a ferramenta ideal. Para divulgar o MMS temos que aproveitar a grande quantidade de aparelhos com câmera", afirma. Virgili acredita ainda que o aumento do tráfego MMS se dará pela popularização dos aparelhos com câmera. Com relação ao preço do serviço – considerado alto – ele diz que "passa a imagem de ser caro, mas não é".