Fraudes atingem também o tráfego orgânico de aplicativos, com 38% das instalações detectadas como adulteradas

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Já sabemos que a fraude mobile afeta o tráfego não-orgânico, drenando os orçamentos de marketing. Mas será que ela é capaz de interferir também no tráfego orgânico? Pesquisa da AppsFlyer — empresa global em atribuição e análise de dados para o marketing mobile — explica que 38% das instalações orgânicas em dezembro de 2021 foram fraudulentas.

"A atividade fraudulenta costuma existir em qualquer área que gera lucro. Assumir que a fraude não existe é o primeiro indicativo de que ela provavelmente já ocorre, ou passará a ocorrer no futuro", afirma Daniel Simões, Managing Director Brazil na AppsFlyer.

As instalações orgânicas fraudulentas são, muitas vezes, também usuários orgânicos falsos. Por mais que essas instalações orgânicas ainda possam ser "sequestradas" e falsamente atribuídas, sua mera associação com o crédito de atribuição, seja ela legítima ou não, já é o suficiente para causar prejuízo. Esse equívoco afeta não somente os esforços de aquisição de usuários de um desenvolvedor, como também podem ter um grande impacto sobre a funcionalidade de um aplicativo.

A fraude de anúncios mobile é uma indústria de US$ 2,1 bilhões e que possui efeitos a longo prazo em todos os aspectos do marketing, sendo que o mais óbvio deles é o prejuízo financeiro direto, mas há desperdício de recursos humanos e tempo também.

"Os usuários orgânicos são amplamente reconhecidos como os melhores usuários de um app, pois eles ativamente escolhem fazer um download para usar, sem que seja preciso convencê-los disso. Com isso, grande parte dos desenvolvedores de aplicativos baseiam a maioria das suas escolhas de otimização em dados comportamentais obtidos desse conjunto de usuários. Essas otimizações refletem na forma como o app é promovido, na experiência que ele oferece ao usuário e em sua principal oferta e funcionalidade. Isso porque, no marketing moderno, os dados de atribuição são a fonte de todas as decisões, especialmente financeiras", completa Simões, da AppsFlyer.

Alguns profissionais de marketing não sabem qual é o seu verdadeiro ROI, pois é possível que ele tenha sido completamente distorcido por fraudes sofisticadas ou falsas atribuições positivas feitas pelas plataformas de atribuição.

Trabalhar com um bom MMP (Mobile Measurement Partner) é uma das soluções possíveis para evitar problemas de imprecisão de dados. Com uma única fonte completa e confiável, os profissionais de marketing conseguem identificar rapidamente qualquer falha e tomar decisões certeiras com base em dados em tempo-real e certos. Isso porque um bom parceiro MMP cria uma camada de habilitação para os dados corretos. Dá informações acessíveis, centrais, e sobre como influenciar e solucionar desafios de negócios. Permite mais transparência e visibilidade sobre o que os seus consumidores fazem no ambiente do app, sejam eventos específicos com os quais eles interagem, os fluxos de usuários com os quais eles interagem ou até determinar se um usuário representará uma conversão em um ponto mais avançado do funil ou ações do tipo vendas.

Também existem soluções que ajudam a evitar desperdícios de recursos nas campanhas de marketing. O Protect360, solução antifraudes da AppsFlyer, é uma delas já que mostra onde ocorre a atividade fraudulenta nas instalações orgânicas dos  anunciantes.

Hoje, mais do que nunca, os profissionais de marketing precisam ser eficientes, direcionando seus esforços para os recursos que geram o maior ROI. As fraudes podem levar os profissionais de marketing a pagar por usuários orgânicos que roubam o crédito de fontes legítimas. Isso faz com que eles invistam novamente em fontes fraudulentas que geraram a "performance positiva" por meio de bots e usuários falsos, que não trazem nenhum valor, gerando um ciclo de desperdício monetário.

Para acabar com as discrepâncias nos dados, é preciso entender como reconhecê-las. Por isso, é importante também usar e comparar os dados brutos, que trazem em si insights no combate aos dados imprecisos.

Como os fraudadores agem

Eles conhecem bem a funcionalidade do ecossistema de anúncios mobile, e colocam a operação em ação quando uma brecha ou falha que possa ser explorada é identificada. Além disso, eles estão cientes do fato de que a maioria das soluções antifraude não analisam o tráfego orgânico por acreditarem que a fraude não possa ser aplicada ali. Mas é totalmente o oposto. Qualquer equívoco é uma oportunidade para que essa fraude ocorra.

Gerando usuários orgânicos falsos com IDs de dispositivos recém-criados, o fraudador legitima esse dispositivo, para que os identificadores passem a ser familiar para o algoritmo antifraude, e dessa forma não enquadra esse usuário/dispositivo como novo.

E para piorar, essa ação é extremamente barata para o fraudador, havendo pouco ou quase nenhum desperdício de dinheiro, principalmente se for feito em larga escala. Esses falsos usuários podem ser criados por algum tipo de programa, software malicioso ou device farm. Os dois tipos de operações criam inúmeras contas de usuários novos e dispositivos falsos. Por exemplo, no caso do device farm, os identificadores de dispositivos são atualizados constantemente para dispositivos reais.

Já os bots são capazes de simular dispositivos e usuários falsos. E para executar uma operação fraudulenta em grande escala, os fraudadores fazem o possível para criar uma simulação do comportamento de um usuário real, o que pode ser feito por meio de emuladores ou até de funcionários reais, que realizam a operação.

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