A tendência de aumento nas vendas de tablets em detrimento da demanda por notebooks no mercado brasileiro se manteve nos primeiros sete meses deste ano. Entre janeiro e julho deste, as vendas de tablets cresceram 48% em valor e 103% em volume — os números não foram divulgados —, enquanto a de notebooks caiu 9% em valor e 14,5% em volume, em relação a igual período do ano passado, de acordo com pesquisa da GfK.
O levantamento também revela que os smartphones ampliaram a participação em valor no mercado brasileiro de eletrônicos de 28% para 38% de janeiro a julho, na comparação com o mesmo período de 2013, mesmo apresentando desaceleração no crescimento. As vendas desses aparelhos cresceram 90% em volume e 75% em valor no período analisado.
"Os resultados mostram a necessidade de o mercado de notebooks se reinventar para enfrentar a concorrência com os tablets. O Brasil apresenta potencial de crescimento para esse produto, mas a indústria deve ficar atenta à tendência mundial. O segmento de notebooks responde por 15% de participação no mercado brasileiro quando analisado o período de janeiro a julho, estando acima da média mundial, que deve ficar em torno de 8% dos eletrônicos", analisa Oliver Röemerscheidt, diretor da GfK. Segundo ele, os notebooks ainda são produtos almejados. "Pesquisa online que realizamos em agosto indicou que 24% dos entrevistados pretendem comprar um notebook nos próximos seis meses."
O mercado internacional já reflete o investimento em inovação, com o crescimento de notebooks que incorporam características de tablets — produtos com tela touch screen, mediabooks (compactos com armazenamento na nuvem) e híbridos (com ou sem teclados, ou que possuem teclados deslizáveis). "Embora a oferta desses produtos esteja engatinhando no Brasil, o mercado nacional deve caminhar na mesma direção dos mercados mais desenvolvidos. No caso dos híbridos, por exemplo, o país tem oito marcas e 18 modelos, enquanto o Japão tem 16 marcas e 150 modelos, e a Alemanha, 27 marcas e 434 modelos", explica.
O mercado global de produtos eletrônicos deve movimentar US$ 821 bilhões neste ano, considerando-se sete categorias representadas por smartphones, celulares, TVs de telas finas, notebooks, desktops, câmera fotográfica e tablets, com previsão de repetir esse valor em 2015. Só os smartphones devem representar 48% desse mercado global em 2014. Ou seja, de cada dois dólares que são gastos, aproximadamente um será com smartphones. No Brasil, de janeiro a julho de 2014, essas sete categorias movimentaram R$ 45 bilhões, representando um crescimento de R$ 10 bilhões em relação a igual período do ano passado.