Um relatório publicado pelo Morgan Stanley, nesta terça-feira, 15, prevê que as vendas do iPhone cairão pela primeira vez no ano que vem. O estudo do banco norte-americano projeta uma queda nas vendas unitárias do smartphone de quase 6% no ano fiscal da Apple — o que equivale a um declínio de 2,9% no ano calendário de 2016.
No ano fiscal de 2007, o primeiro ano de venda do iPhone no mercado, a fabricante comercializou 1,4 milhão de smartphones. Mesmo no período pós-iPhone 5S, quando o crescimento nas vendas foi mais fraco do que a do modelo anterior, a Apple nunca realmente registrou vendas, em unidades, negativas.
No ano fiscal de 2012, as vendas do iPhone haviam saltado para 125 milhões de unidades e no exercício fiscal de 2015 totalizaram pelo 231 milhões, de acordo com dados compilados pela empresa de pesquisas Statista.
O Morgan Stanley acredita que no ano fiscal de 2016 as vendas do iPhone somarão de 218 milhões de unidades, uma queda de 5,7%, enquanto no ano calendário totalizarão 224 milhões de aparelhos, queda de 2,9%. As previsões são significativamente abaixo das estimativas anteriores de 247 milhões e 252 milhões de iPhones, respectivamente.
O iPhone hoje responde por grande parte dos negócios da Apple: mais de dois terços de suas receitas totais e lucros.
Quais seriam as razões para a queda? A analista Katy Huberty, do Morgan Stanley, aponta os "preços mais altos do iPhone nos mercados internacionais [como a China] e a saturação dos mercados desenvolvidos, o que deve tornar a substituição de aparelhos por modelos mais novos pelos usuários mais lenta", segundo o site Business Insider.
Outros estudos já previram que as vendas do iPhone poderiam cair em 2016. Em agosto, a Pacific Crest disse que as vendas do iPhone 6 não se "repetiriam" e que os investidores deveriam esperar uma queda. Ming-Chi Kuo, analista da KGI Securities, também previu um declínio ano a ano das vendas no período de férias nos Estados Unidos.
O Morgan Stanley prevê, no entanto, um crescimento de 2% na receita da Apple com o Apple Watch e outros novos serviços no ano fiscal de 2016. O banco aponta o relógio inteligente e a Apple TV como "termómetros" importantes da capacidade de inovação da empresa, sob a liderança de Tim Cook. "Nós também vemos como bons olhões as recentes contratações para a equipe de gestores da Apple em áreas-chave como o varejo, design, saúde, conteúdo digital e recentemente automóveis", analista Katy Huberty.