Como será o trabalho no futuro?

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O Digital Work Place Forum 2022, em sua quarta edição, promovido pela TI INSIDE , discutiu em seu primeiro painel quais serão as características do trabalho nas organizações no futuro. O modo de trabalho tradicional sofreu grandes mudanças depois da pandemia, obrigando as empresas a repensarem suas estruturas e ativos organizacionais, estabelecerem uma nova cultura corporativa, criar modelos inovadores de liderança e gestão de força de trabalho remota, entre outros desafios. O painel discutiu qual o modelo de transformação ideal e papel das lideranças para se ter sucesso nesse novo cenário global e digitalização acelerada.

Naira Feldmann, diretora da área de Engagement da LLYC, abriu o painel colocando um dos principais argumentos do trabalho remoto ou híbrido, que é o de as empresas voltarem a atenção aos seus colaboradores e seus desejos e ansiedades para entregarem um resultado mais positivo. "A transparência nessa relação é fundamental . As organizações estão amadurecendo seus modelos de trabalho desde o presencial, passando ao totalmente remoto, para o trabalho híbrido", ressaltou a executiva. Disse que  hoje há uma consolidação desse formato híbrido onde o colaborador tem mais tempo para viver, mais qualidade de vida e  entra agora nesta equação como as empresas estão ouvindo seus colaboradores.

"Estamos vendo que até 2030 a força de trabalho será composta pela geração Z,  uma geração muito ligada ao propósito, não está só ligada ao que deseja que a empresa e que ela não seja apenas uma fonte de renda, mas que atenda às suas necessidades. Cada uma deverá olhar para si e sua realidade e cultura. Então uma escuta ativa faz sentido para definir o que é melhor para cada realidade", aconselha a especialista.

Para o painelista, Fernando Veroneze, consultor da SMR e professor da FIA, Esalq-USP, Mackenzie, é necessária uma análise de como as coisas aconteciam no mundo do trabalho há 10 anos atrás, quando já  havia algumas mudanças por meio de  alguns recursos tecnológicos, com a implementação do RPA – Robotic Process Automation, que levou a uma mudança cenários.

"Todos que formam a sociedade sejam cidadãos, governo e economia, tem sua participação neste contexto de  mudanças e na forma de realização do trabalho. Hoje, por meio das mídias sociais temos os influenciadores, que são trabalhadores digitais de conteúdo que mostram seu microcosmo. Isso permitiu um processo transformacional  via redes sociais que deu desenvolvimento a  lideranças, pois as pessoas querem  ouvir e serem ouvidas, questionar e dialogar. Por isso,  acho que o futuro é o diálogo e que deve ser promovido  entre organizações e seus colaboradores. Todos desejam falar e serem ouvidos", disse.

O orofessora analisa ainda que o cenário mundial do trabalho apresenta  empresas cada vez mais projetizadas  que  depois de investirem mais no operacional  passaram, com o  trabalho remoto, tomar a produtividade como métrica, mas entretanto ainda não tem indicadores  robustos como ferramenta ou que  possam ser medidos remotamente por meio de ferramentas demonstrando assim sua maturidade e atenção na capacidade de gestão.

Para Luciana Rossi Cotrim, coordenadora de pós-graduação do Senac EAD em Gestão de Pessoas e Comunicação e Estratégias Digitais, durante o fechamento  gerado pela pandemia, notou-se que  para muitos não houve diferença no trabalho, pois já trabalhava remotamente, mas por outro lado a necessidade dos alunos, que vai além do acadêmico, e incide  no pessoal e o psicológico houve sim um impacto significativo.

"Por trabalharmos com ferramentas que não conhecíamos e pela crise do momento, verificamos uma contradição, fomos presos pela pandemia e libertos pela forma de trabalho. Esses contraditórios levaram a mudar o comportamento das pessoas e percebemos e o que está faltando são as características pessoais", explicou a professora.

Segundo ela , os desejos pessoais daqueles à frente das empresas é  que vão determinar o sucesso das organizações. "Neste sentido, daqui pra frente duas características fortes se apresentam: empresa não é só a natureza do seu negócios, e nisso se incluem as tecnológicas e outro lado da questão oferecer ao seu colaborador aquilo que ele precisa, o lado de capacitação, de desenvolver habilidades e prepará-los quanto à tecnologia a ser usada. Tudo isso torna o trabalho muito mais pessoal. A liderança será fundamental e permeia desde o líder do projeto até  o líder da empresa, por isso é certo dizer que a principal característica das empresas será trabalhar seu autoconhecimento.", reforçou.

Da mesma forma , Veridiana Barcelos, líder de Pessoas & Cultura na Abler, acredita que este movimento das empresas,  adotando o trabalho híbrido criou alternativas que antes eram remotas. "Acredito que neste contexto  ouvir os colaboradores  para criar alternativas e mecanismos e  soluções só pode ser atingido se oriundo  das próprias pessoas.",  ressalta a executiva. "A solução dos desafios virá das coisas simples, muitos são os exemplos que já ocorre para unir as pessoas como uni-las pelos interesses comuns em gastronomia, música etc. e também criando oportunidades de encontros em happy hour on line, Esse processo é desafio diferente por estarem remotos. No entanto, a confiança das pessoas se ganha quando  se adaptam umas às outras, no micro gerenciamento  e ao alinhar expectativas , prazos, projetos e dar a autonomia neste formato. Tudo isso ocorre concomitantemente de forma fluida e natural para quem encara as dificuldades de forma simples", reiterou a executiva.

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