Incentivo à banda larga móvel pode impulsionar economia, diz indústria

0

Durante a reunião de cúpula da GSM Association (GSMA), que representa mais de 750 operadoras de telefonia móvel GSM em todo o mundo, cerca de 400 CEOs, ministros, representantes do governo e líderes da indústria enfatizaram o papel único que a banda larga, mais especificamente a banda larga móvel, pode desempenhar como impulsionadora da economia. No encontro, que ocorreu nesta segunda-feira, 16, paralelamente ao Mobile World Congress, que acontece até a próxima quinta-feira, 19, em Barcelona, na Espanha, os líderes pediram aos governos que apóiem o lançamento dos serviços de banda larga móvel para ajudar na retomada do crescimento econômico.
Em entrevista coletiva à imprensa, Rob Conway, CEO da GSMA, Carl-Henric Svanberg, CEO da Ericsson, Alexander Izosimov, presidente da GSMA e CEO da VimpelCom, Franco Bernabe, CEO da Telecom Italia, Jon Fredrik Baksaas, CEO do Telenor Group, e Jeffrey Sachs, diretor do Earth Institute of Columbia University, demonstraram como o amplo uso dos serviços de banda larga móvel pode estimular o crescimento e ajudar o mundo a se recuperar da crise financeira.
Wang Jianzhou, CEO da China Mobile, falou sobre o investimento em infra-estrutura móvel que a sua empresa está fazendo na China e os seus benefícios. O lançamento do novo espectro para os serviços de banda larga móvel neste ano irá injetar o equivalente a US$ 211 bilhões ao PIB da China e pode adicionar cerca de US$ 95 bilhões ao PIB da Índia, segundo um novo relatório do professor Leonard Waverman da empresa de consultoria LECG.
O lançamento das redes de banda larga móvel também criará centenas de milhares de empregos, incentivará novos negócios em toda a cadeia de suprimentos, melhorará a produtividade e impulsionará os gastos do consumidor, segundo os executivos. De acordo com eles, sempre que possível, os governos deveriam criar um ambiente regulador estável e distribuírem o mesmo espectro em suas regiões para os serviços de banda larga móvel, pois essa harmonização permite que os mesmos dispositivos possam ser usados em muitos países diferentes e que os fabricantes possam fazer economias de escala e diminuir os preços para os usuários finais.
"A evolução da banda larga móvel é prova de que o dispêndio de capital dos operadores é a fundação para o crescimento de todo um ecossistema", disse Franco Bernabe, CEO da Telecom Italia. "No atual clima econômico incerto, é simplesmente inimaginável que entraremos em uma nova fase de crescimento europeu e mundial se não tivermos disponibilidade de largura de banda suficiente. A largura de banda é o incentivador necessário para investimentos diretos tal como infra-estrutura de acesso de rádio e demanda para backhaul (transmissão de dados e voz) de fibra-óptica; é também um incentivador de investimento indireto, através da criação de novas empresas e serviços no mercado. Se quisermos repetir os sucessos do passado – sucessos em tecnologia que, de GSM para frente, fizeram grandes melhorias em nossas vidas – esse potencial só pode ser realizado totalmente mediante um contexto regulador harmonioso."
"Se a indústria móvel pudesse continuar a crescer e desenvolver no mesmo nível que cresceu nos últimos 15 anos, poderia atuar como uma das poucas locomotivas que podem ajudar a tirar as nossas economias da depressão atual", completou Alexander Izosimov, presidente da GSMA e CEO da VimpelCom. "Os governos precisam adotar políticas que alimentam este potencial, ao invés de reprimi-lo".
Segundo os participantes, a mudança para televisão digital oferecerá oportunidade única para fazer com que o espectro de baixa freqüência, no qual as ondas de rádio percorrem longas distâncias e possuem uma penetração melhor, esteja disponível para os serviços de banda larga móvel. Dos 400 MHz do espectro de baixa freqüência que foram liberados com a interrupção do uso de televisão analógica, a GSMA acredita que 100 MHz deveriam ser usados para possibilitar o lançamento de redes de banda larga móvel mais econômicas. A Europa, Finlândia, Suécia, Suíça, França e Reino Unido, por exemplo, já se comprometeram em alocar parte do espectro liberado com a mudança para televisão digital para os serviços de banda larga móvel.
Conforme a associação, implantar uma rede de banda larga móvel usando o espectro de 700MHz, por exemplo, pode custar 70% menos do que implantar a mesma rede usando o espectro de 2100 MHz servindo de base para a maioria das redes móveis 3G atuais, tornando as áreas rurais e outros "lugares brancos" economicamente viáveis.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.