A ideia de que a tecnologia pode ser uma forte aliada na rotina das pessoas e trazer facilitadores que vão desde um fogão elétrico a um aplicativo que organiza as finanças não é novidade. Dizer que praticamente não se vive mais e nem se acompanha o ritmo de vida imposto pelas grandes cidades sem usar esses recursos também não é uma inovação. O que pode ser classificado como original é o fato de que o segmento "care" ganha cada vez mais espaço neste universo tecnológico. Dispositivos, aplicativos e outros produtos voltados à área da saúde, desde o cuidado com os animais ao controle de medicamentos, são aprimorados dia a dia com o auxílio da tecnologia.
Até mesmo o GPS, que permite a localização por satélite, já está inserido na fatia "care", com o propósito de oferecer mais liberdade e segurança às pessoas. Ou seja, o mesmo Global Position System que ajuda a ir de um lugar a outro sem trânsito ou radares também pode ajudar a cuidar do filho que está viajando com os amigos; deixar os pais mais tranquilos ao saber que a filha que acabou de tirar carta está respeitando os limites de velocidade; dar autonomia às pessoas com necessidades especiais; monitorar as atividades de um senhor com Alzheimer; estabelecer um perímetro virtual para que o cachorro fique em segurança; monitorar a mala de viagem com equipamentos fotográficos, dentre outras situações.
Este é o conceito do "estar perto mesmo longe", trazido pelos dispositivos tecnológicos. Ele está presente em tudo: nas relações familiares, nos inícios de namoro, na hora de pagar uma conta e agora passa a ser utilizado amplamente para saber a localização exata de tudo o que importa.
As informações podem ser acessadas de qualquer lugar e a qualquer hora por uma tecnologia que funde satélites, celulares e internet, em velocidades cada vez maiores. Hoje já são mais de 306 milhões os dispositivos conectados à internet em todo o Brasil, somando os 152 milhões de computadores e os 154 milhões de smartphones.
O público em ascensão anima as empresas a investirem mais em TI. Em maio deste ano, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, o investimento em tecnologia da informação já tomava uma fatia de 7,6% da receita das empresas. Na outra ponta, do consumidor, os gastos anuais chegam a R$ 29.100 em todo o país, de acordo com o estudo.
Com esse movimento, a tecnologia, que já era uma aliada para facilitar a rotina e aproximar pessoas, veste uma nova roupagem, com o propósito de ser também eficaz e positiva para o ser humano em outra esfera: a do cuidar, dando às pessoas a possibilidade de preservarem a liberdade sem esquecer da segurança e do bem-estar.
Porém, no mundo tecnológico e cheio de crescentes possibilidades, vale uma ressalva. A tecnologia está à disposição para ser combinada às tarefas cotidianas. Em momento algum deve ser o único, ou o mais importante, objeto de atenção.
Marcelo Akabane, CPO do Grupo C&M Executive.