O presidente da Microsoft, Bill Gates, criticou duramente o projeto de laptops de 100 dólares para crianças de escolas de países em desenvolvimento, promovido por uma organização sem fins lucrativos com apoio de empresas como a rival Google.
A declaração foi feita durante o Fórum para Líderes de Governo das Américas, promovido pela empresa em Washington, que se encerrou na quarta-feira (15/3). "A última coisa que você quer fazer com um computador que será compartilhado é produzi-lo sem disco rígido e com uma tela minúscula", disse Gates.
"Hardware é uma pequena parte do custo [e fornecer recursos de computação]", disse o executivo, acrescentando que as maiores despesas incorrem da conectividade em rede, aplicativos e suporte.
Antes de sua crítica ao projeto que conta com o Brasil como um dos países interessados, Gates mostrou um novo computador ultraportátil que executa o sistema operacional Windows em uma tela de sete polegadas sensível ao toque. O dispositivo deve ser vendido por entre US$ 599 e US$ 999, segundo a Microsoft.
O executivo descreveu os notebooks de 100 dólares como máquinas que terão uso compartilhado, mas o objetivo da organização One Laptop Per Child (Um laptop por Criança), criada pelo pesquisador do Massachusetts Institute of Technology (MIT) Nicholas Negroponte, é distribuir milhões de computadores portáteis entre crianças em idade escolar de países em desenvolvimento. A organização não respondeu às críticas de Gates.
No início do ano, o fundador do Google, Larry Page, disse que sua empresa apóia o projeto do notebook de 100 dólares. Ele mostrou um modelo da máquina que usa software livre e que pode ser alimentado com energia fornecida por uma manivela.