Investigadores dos EUA, Canadá e Reino Unido alertam que a internet vem sendo vítima de uma vaga de censura que se propaga "rapidamente" pelo mundo. Segundos eles, já são 24 os países que vêem seus governos dominar a web, seguindo o exemplo da China, de acordo com entrevista concedida na quinta-feira ao jornal britânico Financial Times.
E a progressão pelo mundo continua, afirmam os investigadores. Após seis meses a analisando os índices de liberdade nos 40 países mais problemáticos, estudiosos de Harvard, Cambridge, Toronto e Oxford surpreenderam com o relatório "The OpenNet Initiative". Segundo eles, a repressão é copiada de governos com mais tradição no controle de conteúdos on-line, usando filtros para palavras proibidas ou banindo sites e aplicações ? caso do bloqueio da Wikipédia, na China, e do Google, no Paquistão.
John Palfrey, director executivo da Harvard Law School, define o fenômeno como "uma tendência notável para seguir a direção oposta" aos ideais democráticos. O professor de Ciência Política em Toronto, Ronald Deibert, concorda e sublinha que existem ?dez países que se tornaram bloqueadores onipresentes", citando China, Irã, Arábia Saudita, Tunísia, Myanmar e Usbequistão como países que estão impedindo os cidadãos de acessarem livremente a rede mundial.
As conclusões do relatório "OpenNet" ganham destaque depois de a Turquia ter cortado o acesso ao YouTube na semana passada, assinando um dos mais graves ataques à liberdade de informação.