Tecnologia é a porta de entrada para o compromisso com o E do ESG

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Nos últimos anos, as discussões sobre sustentabilidade vêm ganhando força e empresas de diversos segmentos buscam soluções que as ajudem a reforçar o compromisso com o meio ambiente. No entanto, essa não tem sido uma tarefa fácil, uma vez que muitas empresas não sabem muito bem de que maneira podem chegar neste objetivo. Em outras palavras, há companhias que possuem condições e recursos para inovar sem prejudicar o meio ambiente, mas seguem em dúvida sobre como transformar isso em ferramentas eficientes.

Esse cenário coloca a tecnologia na discussão central, isso porque ela pode oferecer inúmeros benefícios para as empresas, entre eles estão a automatização, inteligência de dados e métricas, e a possibilidade de mitigar ações que têm impacto negativo na natureza de forma muito mais eficiente. 

Esse contexto fica evidente justamente quando olhamos para o outro lado da moeda, que são as organizações que usam dispositivos tecnológicos com maestria. As greentechs e energytechs, startups que estão assumindo um grande protagonismo no tratamento energético e na diminuição da geração de substâncias poluentes. Com a linha de atuação consciente dessas empresas, diversas áreas estão colhendo benefícios no seu dia a dia, de colaboradores a clientes e, obviamente, o próprio planeta.

Um exemplo que muitas empresas podem não dar a devida atenção ou enxergar como simples é a gestão de aparelhos de ar-condicionado e de refrigeração. Segundo estudo realizado pela Agência Internacional de Energia (IEA), até 2050 haverá mais de 5,6 bilhões de equipamentos de ar-condicionado em todo o mundo e a expectativa é de que esses aparelhos tenham gasto energético responsável por 10% do consumo de energia global.

Não à toa, um levantamento realizado pelo Observatório Regional de Energias Renováveis, da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe, aponta que 8% das emissões globais de carbono são originárias de sistemas de refrigeração e ar condicionado. Esse número é composto majoritariamente por vazamentos e o consumo energético. 

E é aí que entra a tecnologia como um pilar fundamental para a redução dos impactos negativos ao meio ambiente. Como exemplo temos um software que traz benefícios como uma gestão automatizada de temperatura desses aparelhos ou uma inteligência artificial que faz a manutenção preditiva dos equipamentos, detectando um possível vazamento de gases tóxicos, gerando economia de custos e reduzindo a quantidade de carbono na atmosfera. Quando olhamos grandes empresas o impacto de ter a tecnologia como aliada pode ser enorme. Somando alguns anos nessa equação, são toneladas de carbono que deixarão de ser emitidas, por exemplo. 

Ainda há um longo caminho a ser percorrido, mas a urgência para a questão e a relevância da atuação das greentechs e energytechs já é sentida globalmente, como revela uma projeção da Bloomberg que indica que os investimentos no mercado ESG devem chegar a US$ 53 trilhões em 2025. Sem sombra de dúvidas, uma parcela significativa desse valor é destinada ao desenvolvimento de ferramentas e plataformas digitais, visto que são as maiores alavancas para acelerar processos e metrificar todas as atividades que são feitas dentro de uma companhia, pontos essenciais dentro de um sistema corporativo sustentável. 

Ainda vale frisar que greentechs, energytechs e outras companhias que trazem esse cerne conectado à sustentabilidade e à inovação têm um ritmo de crescimento mais acelerado pela sua gama elevada de investimentos. Por serem startups com planos seguros e com potencial para, literalmente, mudar o planeta, atraem diversos outros indivíduos e clientes para fazer parte desse movimento, de maneira a crescerem junto com elas.

Portanto, já passou da hora do mercado como um todo colocar o pé no acelerador no que diz respeito a pautas ESG, especialmente quando o tópico é o "Environment" (em português, "Ambiental"). Para ter ações e práticas claras com esse objetivo, as ferramentas tecnológicas são imprescindíveis, pois têm o potencial de unir modelos escaláveis e conscientes. Se as empresas, de qualquer segmento que sejam, incorporarem esses recursos na sua rotina, com certeza a importância dos debates feitos sobre o tema ao redor do mundo sairá do papel e será sentida na sociedade.

*Engenheiro elétrico e mestre em Estudos e Demanda de Energia, Bruno Arcuri é CEO e cofundador da Diel Energia, startup que desenvolveu a primeira plataforma de gestão de refrigeração para empresas. Também participou de importantes projetos no setor de energia, como o COMPERJ, da Petrobras, UTE Parnaíba, da ENEVA, e como gerente de novos negócios na Sustainable Ventures, no Reino Unido.

Bruno Arcuri, CEO e cofundador da Diel Energia.

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