Acionista da Dell aceita limitar participação em troca de 'privilégio' com investidores

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A Dell e a Icahn Enterprises, que detém 100 milhões de ações da fabricante de PCs, anunciaram nesta terça-feira, 16, que firmaram um acordo envolvendo o fechamento do capital da empresa. O megainvestidor ativista Carl Icahn concordou em limitar o número de ações que poderá adquirir (e as organizações as quais lidera) em troca do privilégio de poder se comunicar livremente com outros acionistas da companhia. Atualmente, a Icahn detém 5% das ações da Dell e concordou em limitar sua participação segundo esses termos.

"Quero deixar bem claro que retive o direito absoluto de conduzir uma luta com procuração na Dell," disse o investidor em comunicado divulgado pelo The Wall Street Journal. "Na verdade, eu me recusei a pegar um reembolso de US$ 25 milhões em despesas, como preço por desistir dessa luta." Em troca, a Round Rock, Texas, a empresa que permitiu Icahn renunciar a certas regras societárias disse que irá tornar mais fácil o seu envolvimento com outros acionistas.

Icahn submeteu uma proposta para assumir a Dell e iniciou um processo judicial contra o fechamento do capital da companhia, declarando que estava disposto enfrentar "anos de litígio" nos tribunais caso a empresa prosseguisse com o acordo de compra total das ações no mercado, liderado pelo CEO, Michael Dell, e o fundo de investimento Silver Lake Partners. A proposta de Icahn era adquirir 58% da Dell por US$ 15 a ação. No acordo proposto pela Dell e o Silver Lake há uma complexa operação financeira (inclusive com participação da Microsoft), que retirará todas as ações em circulação do mercado a um preço unitário de US$ 13,65. Um comitê especial do conselho de administração da Dell avaliará a proposta, bem um outro sugerido pela Blackstone irá examinar a sua, com o preço dos papéis cota do a US$ 14,25 a ação.

A não ser que a Dell aceite uma proposta de compra formal vinda de Icahn, ele e suas empresas não poderão deter mais de 10% das ações da Dell. Além disso, o acordo entre a fabricante e Icahn impede que o investidor firme acordos com outros acionistas de modo a captarem mais de 15% de participação acionária, coletivamente. O comitê especial disse acreditar que relaxar as restrições a Icahn, como limites sobre as propostas de investidores, seria "maximizar as chances de obter uma proposta superior", além de proteger os acionistas contra a "acumulação potencial de uma participação votante indevidamente influente".

Em fevereiro, a Dell revelou planos de investir US$ 24,4 bilhões para recompra das ações e fechamento da capital da empresa. Mas surgiram ofertas concorrentes de Icahn e do Blackstone Group, e agora a fabricante aguarda um cenário mais favorável para manter a companhia nas mãos de seu CEO e fundador. Com informações de agências internacionais.

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