Trabalhadores da principal fornecedora da Apple, Hon Hai Indústria de Precisão, mais conhecida como Foxconn, estão envolvidos em diversos programas de melhorias de condições nas fábricas. Mesmo assim, a jornada de trabalho ainda excede o máximo recomendado pelas leis chinesas, segundo um novo relatório emitido pela Fair Labor Association (FLA), responsável por auditorias nas instalações.
O trabalho foi conduzido em janeiro e concluiu que 98,3% das 360 recomendações feitas no ano passado foram cumpridas. Isso inclui desde aumentar as políticas de proteção aos funcionários, diminuir o aquecimento nas instalações e até aumentar o número de toaletes e saídas de incêndio disponíveis. Em relação aos últimos 76 itens pendentes levantados na última auditoria, 70 foram atingidos.
As horas extras, um dos pontos mais sensíveis para a condição de trabalho dos funcionários, continuam a acontecer. A rotina extenuante foi motivo inclusive de suicídios e ameaças de suicídios dos trabalhadores nos últimos anos. A Foxconn permite a eles o trabalho de mais de 60 horas semanais, enquanto a lei chinesa estabelece um teto de 40 horas para o período e 36 horas adicionais mensais. O prazo limite para atender essa recomendação é julho deste ano, segundo o The Wall Street Journal. Em média, os operários fizeram entre 40 e 60 horas em todas as semanas. Em uma fábrica, alguns chegaram a bater a marca de 70 horas durante o lançamento do último iPhone.
Procurada pelo jornal, a Apple afirmou que continua a trabalhar com a FLA coletando dados semanais sobre o trabalho na Foxconn. O CEO da FLA, por sua vez, destacou o progresso da Foxconn especialmente na representação dos funcionários. A fatia de líderes operários em comitês que decidem sobre as deliberações da companhia saltou de 20% para 40% no período do trabalho.