A Moleskine, fabricante de cadernetas e blocos de anotações de Milão, que se tornaram famosos no mundo todo como cadernos de anotações de grandes artistas como o pintor Pablo Picasso e o escritor Ernest Hemingway, decidiu reagir à ameaça trazida pelos tablets e smartphones, além de tentar deter a queda nas vendas, com a introdução no mercado de sua Smart Writing Set, caneta que funciona com um caderno especial e um app e digitaliza instantaneamente tudo o que se escreve e desenha em um smartphone ou tablet.
O sistema da Moleskine utliza uma câmera infravermelha na caneta para controlar seu movimento em uma espécie de almofada coberta de marcas microscópicas. Isso permite que a caneta "leia" em tempo real o que o usuário está escrevendo ou desenhando e transmita esses conteúdos para um app instalado no smartphone ou no tablet. O caderno que faz parte do kit, chamado Paper Tablet, tem uma película invisível que auxilia o processo de transferência.
O usuário pode guardar até mil páginas em modo analógico, ou seja, sem estar emparelhado com o smartphone ou tablet. As notas e ilustrações podem rapidamente ser compartilhadas por e-mail, por meio do Google Drive, pasta de armazenamento na nuvem vinculada ao Gmail, ou o Evernote.
O conjunto de caneta e caderno especial custa US$ 199, sendo que o caderno sozinho sai por US$ 29,95 nos Estados Unidos. O produto é potencialmente mais rentável do que cadernos de papel clássicos e mantém a promessa de receita recorrente de um tablet. É significativamente mais barato que os US$ 599 do iPad Pro.
No entanto, ela ainda está longe de atingir a receita do iPad da Apple, que somente no ano passado foi US$ 23 bilhões. A receita total da Moleskine, incluindo o negócio das cadernetas e blocos de anotações clássicos, foi 128 milhões de euros em 2015.