No mundo corporativo, a expressão "trabalho em equipe" é daquelas que estão no primeiro capítulo de qualquer manual de boas práticas. Mas isso é algo que precisa ser ampliado para o ato de CRIAR juntos. Inovação de verdade, genuína, como uma grande meta, só é possível se muitos olhares e múltiplas vivências contribuírem para o desenvolvimento de uma nova ideia.
Cocriar é uma atividade que, antes de tudo, se executa ao lado dos mais diversos times internos, mas também com fornecedores, clientes, parceiros, universitários e com a sociedade, conectando pessoas de nichos distintos. E, em alguns casos, também com concorrentes, somando esforços em busca de um objetivo maior. No contexto atual, por exemplo, apoiamos e viabilizamos a emissão de centenas de milhares de cestas básicas digitais para intermediar e reduzir os impactos da crise, trabalhando ao lado de ONGs e instituições. Um novo conceito criado a partir de uma necessidade da sociedade e uma resposta empresarial genuína a esta demanda.
Para que isso aconteça, há atributos que considero essenciais. O mais relevante deles, sem dúvida, é a transparência. É preciso assegurar que todos os envolvidos no processo de cocriação tenham acesso às mesmas informações e possam desenvolver ideias a partir do mesmo ponto. Soma-se a isso, como pontos de apoio para a cocriação, um olhar direcionado às tendências da economia criativa, como big data, mobilidade e user experience. Desta forma, mantém-se um esforço conjunto e a contínua alimentação de novas ideias.
Cocriação é também o primeiro passo para se pensar em inovação aberta, um conceito que incentivamos amplamente na Edenred. Temos um programa de Open Innovation que não apenas incentiva internamente o espírito empreendedor de nossos colaboradores para novos projetos, como também apoia mentorias e desafios para o público universitário. Além disso, desde 2017, promovemos a aceleração de startups e desafios para este público. Eles crescem contando com a nossa estrutura, experiência de mercado e solidez, nós crescemos também com um olhar fresco e renovado.
Há riscos nesse processo? Sim, muitos. Mas, quando falamos em cocriar, em inovar, falamos também em tentativa e erro. Errar faz parte do processo de inovação e é preciso estar aberto a isso. Não é fácil e depende de um trabalho intenso de mudança de mindset, de ajustes na cultura interna. Mas, no final, não só valerá a pena como garantirá a sustentabilidade de qualquer negócio.
Gilles Coccoli, Chief Operating Officer Américas da Edenred.