Cerca de 14% do faturamento anual das empresas descem pelo ralo todos os anos antes mesmo de ser convertidos em receita efetiva para o negócio. Por trás do problema, está a incapacidade de transformar em inteligência os grandes volumes de dados que caracterizam as corporações conectadas hoje em dia.
A constatação é da fornecedora de tecnologia Oracle, que ouviu 333 executivos de alto nível de empresas americanas e canadenses de 11 setores. O objetivo foi identificar como eles estão enfrentando o desafio crescente do chamado big data.
Entre as principais descobertas do estudo, está o fato de que o volume de informações nas empresas cresceu em média 86% em dois anos. O salto foi puxado principalmente pelas áreas de informações sobre os clientes, operações e vendas e marketing, nessa ordem.
A percepção da maioria dos entrevistados (93%) é que as oportunidades de geração de receitas estão escapando pelos seus dedos, enquanto a montanha de dados à sua disposição não para de crescer. A perda estimada chega US$ 130 milhões ao ano na iniciativa privada que fatura US$ 1 bilhão ou mais.
Os setores que mais perdem receita anual devido aos atuais processos de gerenciamento de dados são petróleo e gás (22%) e life sciences, ou ciências da vida (20%). Mas o sentimento de frustração em relação aos sistemas de coleta e distribuição de dados das empresas permeia todos os segmentos econômicos contemplados na pesquisa.
As queixas dizem respeito principalmente a ausência de sistemas adequados para reunir as informações necessárias (38%), dependência da área de TI para compilar e analisar as informações (36%) e uso de sistemas que não se encaixam nas especificidades do setor em que atuam (29%).
A boa notícia é que, segundo 67% dos executivos, a capacidade de obter inteligência com base nos dados é uma das principais prioridades das organizações.
Em torno de 97% dos respondentes acreditam que nos próximos dois anos suas companhias irão aprimorar a capacidade de transformar informações em insights práticos (43%), adquirir ferramentas para coletar dados mais precisos, (38%) e treinar os funcionários para melhor entendimento das informações (38%).
Os dados obtidos pela Oracle indicam que o setor de telecomunicações é, por enquanto, o campeão de otimismo no que se refere ao preparo para lidar com o fluxo imenso de dados. Cerca de 20% dos entrevistados deram nota "A" a suas empresas nesse quesito.
Já os setores público, de saúde e de serviços públicos não estão bem no quesito preparo para lidar com big data. Grande parcela dos respondentes atribuiu os conceitos "D" e "F" às suas próprias organização (41% no setor público, 40% na saúde e 39% nos serviços públicos).